Wuhan, 29 jun (Xinhua) -- As estatinas, comumente usadas para baixar o colesterol, podem ajudar a reduzir a taxa de mortalidade em pacientes hospitalizados com COVID-19, de acordo com uma nova pesquisa publicada na revista Cell Metabolism.
Estudos em animais mostraram que as estatinas podem melhorar as respostas das células imunes, reduzir a inflamação e retardar a progressão da lesão pulmonar. No entanto, ainda não era claro como os resultados clínicos em pacientes com COVID-19 seriam afetados pelo uso de estatinas, isoladamente ou em combinação com outros medicamentos.
Em busca de respostas, pesquisadores do Hospital Renmin da Universidade de Wuhan conduziram a pesquisa, envolvendo 13.981 pacientes com COVID-19 em 21 hospitais na Província de Hubei, entre os quais 1.219 receberam estatinas.
Após um acompanhamento de 28 dias, os pesquisadores descobriram que a taxa de mortalidade do grupo com estatina foi de 5,2%, menor que a taxa de 9,4% do grupo sem estatina.
A pesquisa em larga escala também mostrou que o uso de estatinas estava associado a uma menor incidência de ventilação mecânica invasiva, admissão em unidades de terapia intensiva e síndrome do desconforto respiratório agudo em pacientes com COVID-19. Além disso, aqueles que tomaram estatinas apresentaram níveis muito mais baixos de biomarcadores de inflamação do que aqueles que não tomaram, indicando que os medicamentos podem impedir que os pacientes progridam para doenças graves.
Segundo os pesquisadores, 319 pacientes na pesquisa usaram estatinas combinadas com inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA) ou bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA) e 603 usaram estatinas combinadas com outros medicamentos para a pressão arterial. A pesquisa mostrou que a adição de um inibidor da ECA ou de um BRA não aumentou o risco de morte em pacientes.
"Esses resultados provaram a segurança e a eficácia das estatinas no tratamento de pacientes com COVID-19 hospitalizados", disse o pesquisador-líder Li Hongliang, acrescentando que as estatinas são medicamentos promissores para a COVID-19, especialmente quando não há uma vacina aprovada ou tratamento para a doença.