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Livro branco da China sobre COVID-19 é de grande importância para o mundo, afirma especialista brasileiro

Fonte: Xinhua    09.06.2020 13h38

Rio de Janeiro, 7 jun (Xinhua) -- O livro branco sobre a COVID-19 divulgado pelo governo chinês é de grande importância para o mundo porque mostra a cronologia da disseminação do vírus na China e como o país agiu para sufocá-lo, afirmou à Xinhua o diretor do Centro China-Brasil, Ronnie Lins.

O Departamento de Comunicação do Conselho de Estado da China divulgou neste domingo o livro "Combate à COVID-19: China em Ação", no qual são relatados os esforços do país na luta contra o vírus, para compartilhar a experiência com o restante do mundo.

Para Lins, "o conteúdo deste livro tem uma importância enorme para mostrar aos outros países porque a China teve um desempenho excelente ante um inimigo tão terrível que afeta o mundo todo".

"O texto descreve claramente a cronologia dos fatos da contaminação de forma detalhada. Isso era necessário porque foram feitos muitos comentários maldosos a respeito e sabíamos que isso tinha como objetivo desviar o foco das equivocadas atitudes internas de alguns países diante deste grande desafio", comentou.

Segundo Ronnie Lins, o livro branco "explica como a China agiu diante da epidemia e quais foram os objetivos e as principais ações das autoridades governamentais para priorizar a vida da população e controlar da melhor maneira possível os efeitos sobre a economia".

"Após anos de estudo sobre a China, sei que o 'ponto chave' do êxito do país, que desperta tanta inveja em outros países, é seu planejamento. A China fez tudo de forma consistente e viável. Além disso, tudo que é planejado é executado com disciplina e eficiência em todas as áreas do país", acrescentou.

O especialista brasileiro disse que "o documento do governo chinês divide o plano de ações em cinco etapas: agilidade na resposta rápida à imensa emergência na saúde pública do país; forte intervenção inicial para conter o vírus; controle dos casos domésticos; controle e a vitória da batalha em Wuhan e Hubei e a prevenção e a realização de controles continuados sobre o vírus".

Segundo Lins, "inicialmente, se criou um comando centralizado e eficiente. O presidente Xi Jinping explicou à população, através dos meios de comunicação, sobre o perigo que a China estaria enfrentando em breve, e pediu uma união total na luta contra esse terrível inimigo".

"Imediatamente, foi determinado que os departamentos governamentais fizessem esforços de controle bem coordenados com as autoridades locais. Além disso, toda a população foi convocada para que todos cumprissem com suas responsabilidades", recordou.

Segundo o especialista brasileiro, "na fase posterior, se criou um sistema rígido de prevenção e controle, envolvendo todos os setores da sociedade. Para isso, foram adotadas medidas para controlar as fontes de infecção nos epicentros de surgimento do vírus, um esforço total para tratar pacientes e salvar vidas, um sistema de informações para que todos pudessem receber dados atualizados e que tudo fosse realizado com base na ciência e na tecnologia".

Sobre este último aspecto, Lins afirmou que "foi determinado aos cientistas chineses de alto nível que buscassem soluções mais rápidas de tratamentos. Dessa forma, a pesquisa e o desenvolvimento foram integrados ao tratamento clínico e ao controle de epidemias, utilizando ferramentas modernas da Quarta Revolução Industrial, como 'big data' e inteligência artificial para identificar e controlar a epidemia".

Para inibir uma propagação maior do vírus, o governo "priorizou o tratamento dos casos mais graves, a intervenção precoce para pacientes com sintomas leves, a análise e o diagnóstico rápidos, a implantação de várias terapias adequadas, a inclusão da medicina tradicional chinesa como alternativa para o tratamento e o fortalecimento da assepsia contra infecções nas instituições médicas para garantir a proteção pessoal dos profissionais da saúde".

Lins destacou a "determinação" com que "todos" lutaram contra a COVID-19, principalmente em Wuhan e Hubei, os epicentros do vírus na China.

"Em uma situação como essa, se o líder do país não consegue congregar todos os profissionais e a população, é muito difícil enfrentar um desafio dessa magnitude. Em Wuhan e em outras partes de Hubei, que foram o epicentro dessa epidemia, todos lutaram com determinação contra o inimigo comum e fizeram sacrifícios comoventes para conter sua propagação", afirmou.

"Médicos, trabalhadores comunitários, funcionários do governo e do partido, policiais... lutaram dia e noite para proteger as vidas e a segurança pública. Em outras áreas fundamentais para o país, trabalhadores dos correios, saneamento, transporte, imprensa e voluntários, entre outros, junto aos heróis anônimos, se dedicaram à luta total contra a epidemia", disse Lins.

É por isso que o diretor do Centro China-Brasil considerou que "a população assumiu suas responsabilidades e atuou de forma disciplinada para maximizar a prevenção e controlar o contágio".

Perguntado sobre as principais lições que a atuação da China na luta contra a COVID-19 deixou para o mundo, Ronnie Lins disse que o vírus "nos ensinou que poder econômico, etnia, religião ou qualquer outro tipo de atributo das nações é indiferente para o vírus. Sem um planejamento adequado e ações eficientes, as mortes acontecerão sem discriminação".

"A China forneceu uma série de medidas para minimizar os efeitos da COVID-19 em outros países, entre elas vários tipos de cooperação, assistência humanitária à comunidade internacional, acordos para exportações de materiais sanitários de proteção e intercâmbios e cooperação internacional em pesquisa científica", comentou.

Segundo o brasileiro, "as ações multilaterais são fundamentais porque observamos que só com solidariedade internacional e cooperação poderemos sair vencedores no combate à pandemia".

Por último, Lins ressaltou que "é necessário ter um órgão de referência como a Organização Mundial da Saúde (OMS), inclusive com algumas alterações estruturais, que dirija os países no combate a pandemias através de medidas eficazes de prevenção e controle".

"Isso evitará que se estigmatize e se crie a politização do vírus, para que alguns possam encobrir suas deficiências governamentais. O que esperamos dos líderes mundiais é que incentivem a construção de um sistema de saúde pública global, eficiente e sustentável para o benefício de toda a humanidade", concluiu Lins.

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