O governo da Região Admistrativa Especial de Hong Kong respondeu à decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de revogar o estatuto comercial preferencial da cidade, dizendo que as sanções dos EUA não deverão comprometer as vantagens de Hong Kong sob o princípio “um país, dois sistemas”.
A RAE lamenta que os EUA continuem a “demonizar” o direito e o dever de introduzir uma lei de segurança nacional para Hong Kong que proteja o seu território de separatistas, terroristas e da anarquia, face à escalada da violência nas ruas, segundo declarações de um porta-voz do governo no sábado.
Horas antes do comunicado, Trump anunciou que os EUA começariam a eliminar as políticas de isenção de Hong Kong, incluindo o estatuto de território com autonomia alfandegária: o mais recente em uma série de tentativas de comprometer uma lei de segurança nacional pendente na legislatura da China.
O Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional está finalizando a lei, que prevê a ilegalidade do separatismo, subversão, terrorismo e conluio com forças externas em Hong Kong.
O porta-voz, porém, referiu que o estatuto comercial é garantido por múltiplos acordos internacionais, ao invés de ser um “presente” de outras jurisdições, disse o porta-voz.
Ele prosseguiu dizendo que Hong Kong não está preocupada com tais ameaças, dado que continuará a ser mantido o Estado de direito, independência do judiciário, política de livre comércio e o mesmo clima de negócios.
A Associação Manufatureira Chinesa de Hong Kong, que conta com mais de 3,000 empresas filiadas locais, também expressou lamento pela decisão americana.
De acordo com o governo de Hong Kong, os EUA haviam registrado um superavit comercial de mais de $300 bilhões com Hong Kong na última década - o maior entre os parceiros comerciais da RAE. Hong Kong está também entre os principais 10 parceiros comerciais em vários produtos, como carne bovina, vinho e produtos agrícolas. Para Hong Kong o valor dos produtos expedidos para os EUA perfaz menos de 0,1% do total de exportações.
Nas suas redes sociais, Carrie Lam, a chefe do Executivo de Hong Kong, citando o embaixador chinês nos EUA, disse também que esta lei é também uma promessa de garantir a estabilidade no dia a dia e um ambiente de negócios aprazível para os cidadãos americanos que vivem e trabalham na cidade.