Recentemente, o presidente Trump publicou a sua “Carta à OMS” no Twitter. Inesperadamente, o primeiro parágrafo foi pessoalmente refutado pelo editor da revista “The Lancet”, Richard Horton.

Trump twitteou que no dia 14 de abril havia suspendido o apoio à OMS porque uma investigação do seu governo havia, alegadamente, apurado “que a organização foi fraca na resposta ao surto do novo coronavírus”. Trump apresentou também algumas “provas” de apoio às suas reivindicações.

O primeiro parágrafo dos “argumentos” de Trump é que a OMS ignorou relatos credíveis da propagação do vírus em Wuhan desde dezembro de 2019. Ele deu também exemplos, incluindo relatos da revista “The Lancet”. Inesperadamente, a seguinte captura de ecrã foi reproduzida por Richard Horton, o editor chefe da referida publicação:

Horton disse: caro presidente Trump, o senhor citou a Lancet no seu ataque à OMS. Deixe-me corrigir os dados. A Lancet não publicou qualquer relatório no início de dezembro de 2019, sobre a dispersão de um vírus em Wuhan. Os primeiros relatórios foram dos cientistas chineses, a 24 de janeiro de 2020.

Os internautas comentaram que a ciência e os fatos não devem ser desvinculados na elaboração de uma estratégia de combate a uma epidemia. A realidade é que o presidente americano ignorou os avisos da OMS. Um dos internautas colocou uma pergunta retórica: “os fatos não são de todo importantes. Não é ‘trágico’ viver numa era assim?”

Relembramos aos políticos americanos que apenas colocando a ciência ao serviço da luta contra a epidemia de Covid-19 será possível alcançar uma vitória conclusiva.