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China se opõe à investigação arbitrária baseada na presunção de culpa, diz vice-chanceler chinês

Fonte: Xinhua    01.05.2020 13h56

Beijing, 30 abr (Xinhua) -- O vice-ministro das Relações Exteriores chinês, Le Yucheng, disse que a China se opõe firmemente à chamada investigação internacional baseada na presunção de culpa sobre a origem do vírus Covid-19, de acordo com uma transcrição divulgada no site do Ministério das Relações Exteriores da China na quinta-feira.

Le fez as observações em uma entrevista exclusiva com a National Broadcasting Corporation (NBC) dos Estados Unidos na terça-feira.

"Somos sinceros, e estamos abertos. Apoiamos intercâmbios profissionais entre cientistas, incluindo intercâmbios para revisão e resumo das experiências", disse Le.

"O que nos opomos, no entanto, são acusações infundadas contra a China", disse ele, acrescentando que não se deve acusar a China primeiro e, em seguida, executar as chamadas investigações internacionais apenas para compor as evidências.

"Nos opomos à investigação politicamente orientada com o propósito de estigmatizar a China", disse o vice-ministro.

Falando sobre a divulgação dos dados da Covid-19, Le disse que a China pode suportar o escrutínio e "não há necessidade de encobrimentos".

"Isso tudo é sobre pessoas reais. É literalmente impossível esconder qualquer coisa", disse o vice-ministro. "Pelo contrário, alguns países disseram que a Covid-19 era apenas uma gripe comum, e na verdade isso é encobrimento."

"Agora estamos restaurando as atividades econômicas em todo o quadro e levantamos as restrições de viagem em Wuhan. Como poderíamos estar confiantes para fazê-lo se os números de casos fossem artificialmente reduzidos e não reais?", perguntou.

"A China é uma vítima, não cúmplice da Covid-19", disse ele à NBC, observando que um vírus pode ir e vir sem qualquer vestígio e aparecer em qualquer lugar do mundo.

Le disse que responsabilizar a China pela disseminação da Covid-19, ou mesmo exigir reparações da China, é "uma farsa política absurda" sem base legal. "Não há lei internacional que apoie culpar um país simplesmente por ser o primeiro a relatar uma doença. Nem a história oferece tal precedente.

"A intenção não é senão culpar a China pela resposta inadequada dos outros. O jogo de culpa encontra pouco apoio, e não leva a lugar nenhum", disse ele.

O vice-ministro elogiou o trabalho da Organização Mundial da Saúde (OMS) em cumprir seus deveres e responsabilidades, dizendo que seu desempenho "tem sido amplamente aplaudido pela comunidade internacional".

"Neste momento crítico, o que os Estados Unidos precisam fazer é se concentrar no combate ao vírus, em vez de abrir fogo contra a OMS, que está coordenando os esforços internacionais no combate ao vírus", disse Le, acrescentando que, ao fazê-lo, os Estados Unidos optaram na realidade por se colocar contra o mundo inteiro.

Ele pediu aos dois países que colocassem de lado todas as diferenças e desacordos neste momento crítico e difícil, e se unissem para enfrentar o inimigo comum, o vírus.

O povo americano deve perceber pela pandemia "que o verdadeiro inimigo dos EUA é a Covid-19, não a China", disse Le, acrescentando que não é um momento de acusação e manipulação política, mas um momento de solidariedade, para trabalhar em conjunto para combater o vírus e superar as dificuldades.

"Acredito que juntos venceremos e juntos faremos uma grande diferença para o mundo", afirmou o vice-chanceler chinês.

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