Rio de Janeiro, 27 abr (Xinhua) -- O vice-presidente Hamilton Mourão defendeu nesta segunda-feira o fortalecimento das relações comerciais com a China.
Ao participar de uma videoconferência promovida pela consultoria Arko Advice, Mourão afirmou que Brasil e China têm um "casamento inevitável".
Durante a palestra, Mourão destacou que a China é o grande comprador da produção agrícola brasileira. "Não adianta a gente querer ver de outra maneira, porque, se nós não vendermos para a China, nós vamos ter imensa dificuldade de colocar no mercado mundial todo o excedente de produção de grãos que nós temos. Temos uma parceria estratégica, que vem desde 2009, e nós temos que aprofundar isso aí."
Apesar de enfatizar a parceria do setor agrícola brasileiro com a China, Mourão também aproveitou a videoconferência para sugerir uma parceria na área da aviação comercial, entre a fabricante brasileira Embraer e a China.
O vice-presidente se referiu ao cancelamento por parte da norte-americana Boeing da compra por US$ 4,2 bilhões do controle da principal divisão da companhia brasileira, anunciado no sábado e que causou uma queda de 7,49% nas ações da Embraer na Bolsa de Valores de São Paulo, nesta segunda-feira.
"Há males que vêm para bem", disse Mourão, ao recordar que a Embraer continuará sob controle brasileiro e que a companhia -um dos principais fabricantes mundial de aviões de até 150 lugares- poderá entregar um produto que a China precisa, na medida em que for ampliando sua atuação na aviação doméstica.
"Nós temos o produto e eles têm a necessidade. Nós temos a tecnologia...É um casamento inevitável", afirmou o vice-presidente.