Washington, 15 abr (Xinhua) -- O crescimento na Ásia deve ser zero por cento em 2020 devido à pandemia da COVID-19, o menor crescimento desde a década de 1960, informou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta quarta-feira.
"Esta é uma crise como nenhuma outra. É pior do que a crise financeira global, e a Ásia não está imune", disse Chang Yong Rhee, diretor do Departamento da Ásia e Pacífico do FMI, em uma coletiva de imprensa virtual na quarta-feira à noite.
A perspectiva de crescimento da região para 2020 é a pior em quase 60 anos, incluindo durante a crise financeira global (4,7%) e a crise financeira asiática (1,3%), disse Rhee.
"No entanto, a Ásia ainda parece melhor do que outras regiões em termos de atividade", observou. De acordo com o novo relatório World Economic Outlook (WEO) do FMI divulgado na terça-feira, a economia global está a caminho de contrair "acentuadamente" 3% em 2020.
O mais recente relatório WEO mostrou que as economias avançadas contrairão significativos 6,1% em 2020, e os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento, que normalmente têm níveis de crescimento bem acima das economias avançadas, diminuirão 1%.
Apesar do crescimento negativo global, o FMI projeta um crescimento de 1% para as economias emergentes e em desenvolvimento da Ásia. China e Índia verão um crescimento moderado este ano, com uma taxa de 1,2% e 1,9%, respectivamente.
"As perspectivas para 2021, embora altamente incertas, são para um forte crescimento", disse Rhee a repórteres. "Se as medidas de contenção funcionarem, e com estímulos políticos substanciais para reduzir as 'cicatrizes', o crescimento na Ásia deve se recuperar fortemente -- mais do que durante a crise financeira global."
Rhee observou que a região está experimentando diferentes estágios da pandemia. "A economia da China está começando a voltar ao trabalho, outras economias estão impondo lockdowns mais apertados, e algumas estão experimentando uma segunda onda de infecções pelo vírus", disse Rhee.
"Muito depende da disseminação do vírus e de como as políticas respondem", disse ele, enfatizando que "não há espaço para complacência".
O funcionário do FMI observou que o credor multilateral está em contato contínuo com as autoridades da região para oferecer aconselhamento e assistência, dizendo que mais de 15 países de toda a região manifestaram interesse em seus dois instrumentos de financiamento de emergência.
Na coletiva de imprensa virtual, Rhee também transmitiu os agradecimentos do FMI ao Japão e à China por sua "generosa contribuição" para o Catastrophe Containment and Relief Trust (CCRT), que atualmente pode fornecer aos países mais necessitados cerca de US$ 500 milhões em ajuda ao serviço da dívida, baseada em doações.