Infecções se aproximam de 500.000 na Europa e chefe da OMS está "profundamente preocupado" com rápido aumento

Fonte: Xinhua    03.04.2020 15h11

Bruxelas/Madri, 1 abr (Xinhua) -- A pandemia de coronavírus não mostra sinais de diminuição, conforme uma contagem global indicou na quarta-feira que o número de casos de infecção na Europa estava se aproximando de 500.000 e o número de mortes superando 30.000.

Na Espanha, o número de novos casos aumentou acentuadamente em 7.719 em 24 horas, elevando o total de infecções acima da marca de 100.000 pela primeira vez, para 102.136. A Espanha se tornou o terceiro país que teve mais de 100.000 infecções, depois dos EUA e da Itália.

Globalmente, o número de casos de coronavírus ultrapassou a marca de 910.000 a partir de 18:50 GMT na quarta-feira, enquanto as infecções totais na Europa eram próximas a 500.000, de acordo com a Universidade Johns Hopkins, sediada nos EUA, que acompanha a disseminação do COVID-19 em tempo real.

"Nos próximos dias, chegaremos a 1 milhão de casos confirmados e 50.000 mortes", disse o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS).

PROFUNDAMENTE PREOCUPADO

"Ao entrarmos no quarto mês desde o início da pandemia do COVID-19, estou profundamente preocupado com o rápido aumento e a disseminação global de infecções", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em um briefing diário.

"Nas últimas cinco semanas, testemunhamos um crescimento quase exponencial no número de novos casos, atingindo quase todos os países, territórios e áreas. O número de mortes mais que dobrou na semana passada", disse Tedros.

Na Europa, Itália e Espanha sofreram o impacto da pandemia de coronavírus, responsável por três em cada quatro mortes no continente.

Na Itália, outras 727 pessoas morreram de COVID-19 nas 24 horas de terça a quarta-feira, elevando o número de mortos para 13.155. Mas essa foi a menor contagem diária de mortes desde 26 de março.

"Superamos 13.000 mortes e é uma ferida que nos machuca fortemente, é uma ferida que nunca vai sarar", disse o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, em entrevista coletiva na noite de quarta-feira.

A Espanha registrou um recorde de 864 mortes em 24 horas, em comparação com a terça-feira de 849, aumentando o número de mortos no país para 9.053, segundo as autoridades de saúde espanholas.

O número total de italianos, combinando casos ativos, mortes e recuperações, aumentou para 110.574 infecções a partir de quarta-feira, de acordo com novos números divulgados pelo Departamento de Proteção Civil do país, que gerencia a resposta nacional de emergências.

Na França, mais 509 pacientes com COVID-19 morreram nas últimas 24 horas, elevando o número de mortes para 4.032, de acordo com o diretor-geral de saúde francês, Jerome Salomon. O número acumulado de casos de infecção aumentou para 56.989.

Na vizinha, Alemanha, os casos confirmados aumentaram 5.453 em 24 horas, para 67.366, anunciou o Instituto Robert Koch (IRK). O número de mortes aumentou de 583 para 732 na terça-feira, de acordo com a IRK, agência governamental e instituto de pesquisa responsável pelo controle e prevenção de doenças.

EXTENÇÃO DE MEDIDAS

A Itália permanecerá sob quarentena nacional contra o coronavírus até 13 de abril, disse na quarta-feira à noite o primeiro-ministro, Conte. A quarentena atual, que começou no dia 10 de março, deveria terminar no dia 3 de abril.

"Ainda não estamos em condições de relaxar nossas medidas restritivas... e é por isso que acabei de assinar um novo decreto que estende as medidas atuais para 13 de abril", continuou Conte, acrescentando "estamos começando a ver os efeitos positivos" do bloqueio e que diminuir agora significaria que os sacrifícios feitos até então seriam em vão.

"Esse esforço adicional nos permitirá começar a avaliar as perspectivas futuras", observou ele. "Quando os dados (científicos) se consolidarem... começaremos a programar uma diminuição gradual das restrições".

"Não sei dizer quando será", admitiu Conte.

Enquanto isso, a Alemanha estenderá as restrições aos contatos sociais até o dia 19 de abril, em uma tentativa de conter o disseminado coronavírus, disse a chanceler Angela Merkel após uma videoconferência com ministros-presidentes dos 16 estados federais.

"Uma pandemia não tira férias. É por isso que ficou claro que as decisões tomadas também se aplicam além da Páscoa", disse Merkel.

Pede-se aos cidadãos que "evitem viagens particulares e visitas de parentes", segundo Merkel. As restrições, que foram introduzidas no dia 22 de março, deveriam terminar no dia 5 de abril.

Também nesta quarta-feira, o primeiro-ministro português, Antonio Costa, disse que solicitará a prorrogação do atual estado de emergência por mais 15 dias, declarado no dia 18 de março e terminando no dia 2 de abril.

Costa alertou que o mês de abril será "muito perigoso" para a disseminação do coronavírus, observando que o feriado da Páscoa geralmente é um período de grande movimento para pessoas do país inteiro.

"Ainda não é hora de ver a luz no fim do túnel. Sabemos que no fundo do túnel há uma luz, mas ainda não está à vista", alertou o primeiro-ministro.

(Web editor: Fátima Fu, editor)

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