Brasil se prepara para conter surto de Covid-19

Fonte: Diário do Povo Online    23.03.2020 10h50

Lojas encerradas, ruas vazias, apenas algumas pessoas circulam apressadamente nas ruas. São Paulo, a cidade maior da América do Sul, com mais de 12 milhões de pessoas está completamente silenciosa.

Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, o Brasil tem já 1546 casos de coronavírus e 25 mortes, sendo que a maioria dos casos se concentra em São Paulo.

No dia 21 havia sido anunciado que, com início no dia 24 de março até 7 de abril, um total de 645 cidades do estado de São Paulo seriam colocadas em quarentena, com encerramento de comércio e restaurantes, ficando operacionais apenas os serviços essenciais além da saúde e segurança. O governo estadual disse ainda que a quarentena poderia ser ampliada.

As novas medidas já começaram a ter impacto na vida dos paulistanos: “A nossa família mudou o estilo de vida. Para evitar o contágio, já não visito mais a minha avó”, afirma um estudante, explicando que agora vai ao supermercado apenas para comprar o indispensável.

Em São Paulo atual, o supermercado é mesmo o local mais agitado da cidade. Os funcionários trabalham incansavelmente para repor todos os estoques. Em termos gerais a população tem colaborado, evitando o açambarcamento. Os caixas, embora não usando máscara, desinfetam constantemente as mãos.

O primeiro caso do novo coronavírus no Brasil foi detetado em São Paulo no dia 26 de fevereiro, sendo que o paciente havia regressado da Itália. Este foi, não só o primeiro caso do Brasil, mas da América do Sul.

Desde meados de março, o estado de São Paulo tem vindo a tomar várias medidas para conter a dispersão da epidemia, incluindo a suspensão de aulas, autorização aos funcionários públicos com mais de 60 anos para trabalhar de casa, encerramento de museus, teatros, bibliotecas, academias, centros comerciais. Foram também reduzidas as restrições ao uso de automóveis privados e restringido o uso dos transportes públicos. A cidade de São Paulo anunciou ainda o encerramento de todas as lojas não essenciais na cidade. Concomitantemente, a cidade começou a transformar escolas em alas médicas para aumentar a capacidade de admissões.

O Brasil anunciou que o país havia entrado em estado de calamidade pública, e passou a restringir a entrada de cidadãos de alguns países com uma situação severe com início hoje, dia 23.

O segundo estado mais afetado é o Rio de Janeiro, onde medidas semelhantes às adotadas em São Paulo entraram em vigor.

No dia 21 foi requisitado ao Ministério da Defesa para enviar tropas para assistir no patrulhamento da cidade do Rio de Janeiro e persuadir as pessoas a voltar a casa. No mesmo dia, foi incentivado aos supermercados a fazerem entregas domiciliares, dando prioridade aos cidadãos mais velhos. Os idosos de comunidades pobres estão sendo organizados para serem isolados em hotéis específicos.

De modo a reduzir a pressão sobre os hospitais públicos, o Rio de Janeiro está adaptando o Riocentro para a instalação de 500 leitos, o qual deverá estar pronto em 1 mês.

(Web editor: Fátima Fu, Renato Lu)

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