China irá oferecer ajuda a África na luta contra o Covid-19

Fonte: Diário do Povo Online    19.03.2020 09h49

A situação de pandemia por Covid-19 na África continua a piorar, tendo o número de países afetados no continente detetado mais de 400 casos na terça-feira, de acordo com o mais recente relatório do Centro de Controle e Prevenção de Doenças de África (CDC África).

Os observadores chineses advertiram que, embora tenham sido registradas melhorias, o sistema de saúde do continente é ainda limitado, estando na iminência de um colapso de grande escala. O papel da China nesta batalha é, portanto, considerado urgente.

O CDC África informou no seu mais recente relatório sobre a situação de pandemia que, na terça-feira, 443 casos de Covid-19 foram contabilizados em 30 países africanos. Um total de 4 países apuraram já um total de 10 mortes. O Egito tem atualmente o maior número de casos confirmados no continente, 166, seguido da África do Sul com 62.

“No rescaldo do surto de Ébola entre 2014 e 2015, África estabeleceu um sistema de saúde pública que, desde janeiro, atuou de forma muito eficiente no treinamento de quadros médicos para a deteção e prevenção de casos de Covid-19 em grandes áreas do continente. Porém, tal sistema de saúde pública continua sendo menos desenvolvido que o congênere de outros continentes. A escassez de suprimentos e capacidade manufatureira pioram a situação, à medida que a epidemia se dispersa”, disse Liu Haifang, diretor executivo do Centro de Estudos Africanos de Beijing e professor associado da Escola de Estudos Internacionais da Universidade de Beijing, disse na quarta-feira.

Entre os 30 países africanos com casos de infeção, indica o relatório, 18 deles foram casos importados, sendo que a maioria proveio de Itália, França e Espanha.

Por exemplo, na África do Sul, o segundo país mais atingido pela pandemia no continente, 5 dos casos locais de Covid-19 estavam ligados ao Reino Unido, 4 aos EUA, 3 a França e 2 a Itália.

Para combater a pandemia, muitos países africanos, como o Egito, Marrocos e Djibouti suspenderam temporariamente os voos internacionais, enquanto o Sudão selou todos os seus portos marítimos.

Medidas de longo prazo para deter as transmissões locais e defender da importação da doença, especialmente da Europa, constituiriam em uma ameaça séria a África, disse Liu ao Global Times na quarta-feira.

“A situação melhorou na China. Enquanto continuamos a nossa luta contra a doença em casa, a China vai ajudar e apoiar os países africanos e organizações regionais tanto quanto possível”, afirmou Geng Shuang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, durante uma coletiva de imprensa na terça-feira.

“Enviamos um lote de suprimentos de emergência para os países africanos afetados. As nossas equipes médicas estão também apoiando na luta contra a epidemia. As empresas chinesas e organizações civis forneceram também suprimentos urgentes aos países africanos”, frisou no evento de terça-feira.

A China pode também trabalhar com África para estabelecer um mecanismo conjunto de prevenção e controle, tal como fez com a Coréia do Sul e Japão, para partilha de informações. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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