Londres, 14 mar (Xinhua) - O orçamento do governo britânico para combater o COVID-19 está "bem planejado", mas ainda há desafios, disse Carl Emmerson, vice-diretor do Instituto de Estudos Fiscais (IEF).
"O pacote de resposta fiscal parece muito bem projetado", disse Emmerson à Xinhua em uma entrevista depois que o governo britânico divulgou seu primeiro orçamento pós-Brexit no início desta semana.
"Existe um pacote de cortes nas taxas de negócios muito bem direcionados para setores em que você provavelmente verá uma queda na demanda", afirmou ele.
No entanto, ele observou que "esses cortes não são direcionados ao tipo de empresa em que pode haver problemas se houver uma queda generalizada no fornecimento".
"Não há nada nisso para empresas com fábricas ou escritórios", acrescentou ele.
O chanceler do Tesouro, Rishi Sunak, anunciou na quarta-feira que 12 bilhões de libras (15 bilhões de dólares americanos) serão especificamente direcionados para medidas de coronavírus, incluindo pelo menos 5 bilhões de libras (6,3 bilhões de dólares) para o SNS na Inglaterra e 7 bilhões de libras (8,8 bilhões de dólares) para empresas e trabalhadores em todo o país.
Emmerson disse que essas medidas são direcionadas aos serviços públicos, pessoas que trabalham e empresas vulneráveis.
"Mas há muitas pessoas que parecem vulneráveis ao declínio de renda e muitas não têm economias líquidas para aproveitar", alertou ele.
Enquanto isso, o período de auto isolamento vai colocar alguns desafios em alguns serviços públicos, disse ele.
"Haverá um aumento na demanda por esses serviços à medida que as pessoas adoecerem", disse Emmerson, acrescentando que: "Pode haver outros serviços públicos que sentirão a tensão".
"Pode ser que as escolas ou os centros de emprego desejem fazer propostas para esse fundo, por exemplo, se seus funcionários adoecerem e quiserem permanecer abertos. Essa é uma área em que mais dinheiro poderá ser necessário", disse Emmerson, acrescentando que: "o chanceler indicou que pode estar disponível".
Em relação aos negócios, Emmerson disse que o governo criou um conjunto de políticas "destinadas ao apoio das empresas e ao combate a um choque de curto prazo na economia".
"A alavanca que o governo puxou são principalmente as taxas de negócios, um corte de um ano direcionado a partes da economia em que você pode esperar uma queda temporária na demanda", acrescentou Emmerson.
Emmerson alertou que, como o progresso do surto de vírus e seu impacto permanecem desconhecidos, outras medidas governamentais podem ser necessárias.
"Pode ser o caso nos próximos três meses que mais (gastos) possam ser necessários", disse ele.
