A Itália impôs um regime de quarentena na região da Lombardia e 14 províncias adjacentes, incluindo a capital financeira de Milão e Veneza, em um esforço para conter a propagação do novo coronavírus, segundo o primeiro-ministro Giuseppe Conte.
De acordo com um decreto governamental válido até 3 de abril, restrições sem precedentes serão tomadas como medidas preventivas, impactando cerca de 16 milhões de pessoas no norte, perfazendo mais de um sexto da população total do país.
O decreto surge após o Departamento de Proteção Civil ter confirmado um total de 5,883 infeções por coronavírus na Itália no sábado, com o maior aumento diário, 1200 infetados, desde o início do surto, no norte do país, a 21 de fevereiro.
O número de mortes pelo vírus em Itália aumentou para 233, e as regiões do norte da Lombardia, Emilia-Romagna e Veneto totalizam 92% do número de mortos registrado.
Os residentes das zonas em quarentena são “obrigados a evitar migrações dentro ou fora da região”, disse Conte em uma coletiva de imprensa.
“Recomenda-se às pessoas com sintomas respiratórios ou febre que fiquem em suas casas, limitem a interação social tanto quanto possível e contactem seus médicos”, disse ele, acrescentando que aqueles que testaram positivo “estão absolutamente proibidos de deixar suas casas”.
O decreto delibera também o encerramento de museus, teatros, cinemas, clubes noturnos, locais de culto religioso, resorts de ski, academias, piscinas, escolas, universidades e outros locais públicos na região.
“Bares e restaurantes podem operar entre as 6 da manhã e as 6 da tarde contanto que os proprietários assegurem que os consumidores mantêm uma distancia pessoal de segurança de pelo menos um metro”, disse Conte, advertindo que tais estabelecimentos serão encerrados se esta restrição for desrespeitada.
O documento apela às entidades patronais para conceder férias aos empregados e ao término de férias para os quadros de saúde “cuja atividade é necessária”, devido à pressão acrescida sobre os hospitais.
“Enfrentamos uma emergência nacional”, disse Conte. “Temos dois objetivos: conter a propagação da infeção... e evitar a sobrecarga dos nossos hospitais”.
Conte disse que Itália está produzindo mais equipamentos de cuidados intensivos. “Hoje já temos 320 novos equipamentos de cuidados intensivos, e estamos prontos a produzir 500 por mês”.