Beijing, 4 mar (Xinhua) -- A China se opõe fortemente e condena as repressões políticas do Departamento de Estado norte-americano contra os escritórios da mídia chinesa nos EUA, o que é da mentalidade da Guerra Fria e do preconceito ideológico, disse na terça-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian.
O Departamento de Estado dos EUA anunciou na segunda-feira que o departamento americano limitará o número de cidadãos chineses autorizados a trabalhar para cinco grupos de mídia chineses que foram designados como "missões estrangeiras", a partir de 13 de março.
"Considerando onde a relação China-EUA está agora, o que os EUA tem feito irá ter graves impactos negativos e prejudicará as relações bilaterais", disse Zhao em uma coletiva de imprensa.
"Nós pedimos que os Estados Unidos mudem imediatamente de sua direção e corrijam seus erros. O lado chinês reserva-se o direito de responder e tomar medidas."
Zhao disse que os jornalistas chineses locados nos Estados Unidos têm observido estritamente as leis e regulamentos americanos e realizado reportagens sob o princípio da objetividade, imparcialidade, lealdade e exatidão. "O profissionalismo deles é bem reconhecido. O lado norte-americano não tem base e razão para tomar tal ação contra os jornalistas chineses".
O lado norte-americano tem aumentado a opressão contra os jornalistas chineses de listar a mídia chinesa como "agentes estrangeiros" para os designar como "missões estrangeiras" e agora para limitar o número de funcionários chineses, o que significa de facto "expulsão" em um tempo limitado, disse Zhao.
"Devido ao aumento da opressão, as atividades normais de reportagem dos jornalistas chineses, a reputação da mídia chinesa e o intercâmbio normal de pessoal entre os dois lados foram gravemente prejudicados", disse Zhao.
Orgulhando-se da liberdade de imprensa, os Estados Unidos agora perturbam e obstruem a mídia chinesa fazendo seu trabalho, disse Zhao, "Tal comportamento de duas caras expôs sua hipocrisia na chamada liberdade de imprensa, nada menos do que normas duplas e intimidação."
Ao ser pedido para comentar o anúncio dos EUA de que o propósito de tais medidas é buscar "reciprocidade", Zhao disse que a China nunca instituiu nenhum limite ao número de escritórios e funcionários da mídia dos EUA na China. "A escolha de quantas pessoas querem enviar para cá é deles, não um resultado da restrição da China."
Zhao disse que os Estados Unidos têm rejeitado e atrasado a emissão de visto para jornalistas chineses desde 2018 para restringir sua ida aos Estados Unidos, e pelo menos 21 jornalistas chineses tiveram o visto negado desde o ano passado.
"Além disso, desta vez os Estados Unidos decidiram 'expulsar' 60 funcionários chineses desses meios de comunicação chineses no país, sob o pretexto de limitar seu número. Isto pode ser chamado de 'reciprocidade'?"
De acordo com Zhao, a China tem apenas nove agências de mídia nos Estados Unidos, enquanto existem 29 grupos de mídia americanos na China.
Ele também observou que enquanto os jornalistas americanos desfrutam de múltiplas entradas na China com seu visto, os Estados Unidos tomaram medidas discriminatórias contra os jornalistas chineses ao emitir vistos de entrada única, o que significa que os jornalistas chineses terão que solicitar novamente o visto se voltarem à China ou mesmo se visitarem suas famílias durante seu mandato, sem mencionar os 354 dólares americanos da taxa de visto, que é o dobro da taxa cobrada pela China.
"Isto pode ser chamado de 'reciprocidade'?" perguntou Zhao.
"Os Estados Unidos querem 'reciprocidade' conosco. Também quer isso com a mídia de outros países?" continuou Zhao.
Zhao disse que o constante pedido por reciprocidade dos EUA é essencialmente preconceito, discriminação e aversão contra a mídia chinesa.
"Os Estados Unidos agem de má fé primeiro. Nós simplesmente faremos o que temos de fazer."
