Um voluntário ensina técnicas de cultivo a agricultores da aldeia de Longqiao, na cidade de Rugao, província de Jiangsu, para auxiliar na eliminação da pobreza, a 28 de dezembro de 2019.

A alegação de que “apenas 17 pessoas vivem na pobreza” na província costeira de Jiangsu - uma das mais ricas da China - despoletou acesas discussões online sobre a veracidade dos números e sobre a definição de “pobreza”.

Os especialistas referem que tais dúvidas revelam que existe uma lacuna de conhecimento entre o público, havendo apelos a melhores explicações em torno das medidas de combate à pobreza.

As discussões surgiram após Zhu Guobing, líder do gabinete de combate à pobreza em Jiangsu, ter dito na terça-feira passada que apenas 17 pessoas de 6 famílias viviam em pobreza em toda a província.

O tópico “Jiangsu tem apenas 17 pessoas na pobreza” rapidamente ‘viralizou’ no Sina Weibo, onde vários utilizadores se questionaram como uma província com mais de 80 milhões de residentes conseguira obter tais estatísticas.

Outros internautas lamentaram estar em condições de indigência e não terem sido incluídos no sistema, sugerindo que a linha de pobreza definida pelas receitas anuais de 2,300 yuans, delimitada em 2010 e ajustada regularmente para à paridade do poder de compra, é demasiado baixa para a China atual.

Em resposta, o gabinete de combate à pobreza da província disse à Beijing News na quarta-feira que a contagem do número de pobres a 31 de dezembro era de 17, e que tal se trata de uma cifra precisa, com base nas bases de dados provinciais e nacionais.

Os dados podem mudar semanalmente, dado que podem surgir alterações durante esse espaço de tempo, de acordo com o jornal, citando uma fonte anônima.

O relatório indica também que o padrão adotado por Jiangsu para determinar a “pobreza absoluta” é uma receita anual de 6,000 por pessoa.

A China começou uma campanha massiva de combate à pobreza no final de 2012, visando acabar com a pobreza absoluta até o final do ano. Para ter um entendimento preciso de quantas pessoas vivem na pobreza, as autoridades responsáveis criaram um sistema de avaliação que requer que os oficiais locais registrem, individualmente, as pessoas afetadas, especificando as causas.