O parlamento iraquiano aprovou um projeto de lei no domingo (5), exigindo que o governo acabe com a presença de forças estrangeiras no Iraque e impeça que elas usem o espaço aéreo e aquático iraquianos.

Em uma sessão extraordinária, os parlamentares votaram com maioria a favor da aprovação de uma lei exigindo que o governo cancelasse o pedido de assistência da coalizão internacional para combater o grupo Estado Islâmico (IS), devido ao fim das operações militares e da guerra no Iraque.

"O governo iraquiano deve se esforçar para acabar com a presença de quaisquer forças estrangeiras nos territórios e impedir o uso do espaço aéreo iraquiano por qualquer motivo", de acordo com a decisão do parlamento.

Além disso, o governo iraquiano, representado pelo ministro das relações exteriores, deve "efetivar uma reclamação contra os Estados Unidos por suas violações e desrespeito grave da soberania e segurança do país".

O primeiro-ministro interino iraquiano Adel Abdul Mahdi também participou da sessão do parlamento na televisão e se dirigiu aos parlamentares, dizendo que "a saída das forças americanas do Iraque será em benefício do Iraque e dos Estados Unidos, especialmente após os últimos desenvolvimentos".

A sessão do parlamento ocorreu dois dias depois de um ataque aéreo dos EUA contra um comboio no aeroporto de Bagdá, que vitimou Qassem Soleimani, comandante da Força Quds da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, e Abu Mahdi al-Muhandis, vice-chefe da força paramilitar do Iraque, Hashd Shaabi.

Após o ataque ao aeroporto, Abdul Mahdi pediu ao parlamento que realizasse uma sessão extraordinária para fixar a posição oficial iraquiana e tomar as decisões legislativas necessárias que preservariam a dignidade, a segurança e a soberania do Iraque.

Mais de 5.000 tropas dos EUA foram destacadas no Iraque para apoiar as forças iraquianas nas batalhas contra os militantes do Estado Islâmico, fornecendo, principalmente, treinamento e aconselhamento às forças iraquianas.