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Integrada nas estratégias nacionais de desenvolvimento, Macau avança na construção da plataforma de cooperação entre China e países de língua portuguesa

Fonte: Xinhua    17.12.2019 08h41

Macau, 16 dez (Xinhua) -- "Macau alcançou resultados notáveis na construção da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (PLPs), incluindo a construção de 'três centros', o desenvolvimento de serviço financeiro e a promoção de intercâmbio interpessoais", destacou Xu Yingzhen, secretária-geral do Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa ( Fórum de Macau).

Estabelecida em 2003 por iniciativa do Governo Central da China, o Fórum de Macau visa consolidar o intercâmbio econômico e comercial entre a China e os PLPs, utilizando Macau como plataforma de ligação. Oito países espalhados em quatro continentes foram acolhidos no fórum, incluindo Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe, cobrindo uma população de mais de 2 bilhões.

"Independentemente do desenvolvimento da relação bilateral da China com cada um dos países participantes do fórum, Macau pode assumir um papel de coordenação através do qual são desenvolvidos projetos de cooperação multilaterais", destacou Paulo Cunha Alves, cônsul-geral de Portugal em Macau.

Desde a criação do Fórum de Macau, o comércio entre a China e os PLPs registrou um crescimento robusto, mostraram dados oficiais.

Em 2003, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa eram de aproximadamente US$ 11 bilhões, e este número saltou para US$ 147,35 bilhões em 2018. Desse total, a China importou US$ 105,51 bilhões dos PLPs e exportou US$ 41,85 bilhões.

Macau desempenhou um papel significativo neste progresso. Com apoio do governo central, foram estabelecidos em Macau três centros, o Centro de Serviços Comerciais para as Pequenas e Médias Empresas da China dos PLPs, o Centro de Distribuição de Produtos Alimentares dos PLPs e o Centro de Convenções e Exposições para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os PLPs, com objetivo de estreitar as relações e cooperação comercial entre a China e as nações lusófonas.

Segundo Xu Yingzhen, o Centro de Distribuição de Produtos Alimentares dos PLPs já estabeleceu 32 centros de exposições de alimentos em Macau e na parte continental da China, com cada um exibindo cerca de 2 mil produtos alimentares desses países, incluindo vinho tinto, enlatados, grãos de café, chá, azeite e produtos lácteos.

Célia Ferreira, sócia-gerente da AlmaViva, uma empresa de produtos portugueses sediada em Macau, está muito satisfeita de ver seus produtos expostos em diversas cidades chinesas, "Macau é uma plataforma privilegiada para as pequenas empresas lusófonas como nós terem acesso ao enorme mercado chinês", disse ela.

Em novembro, Ferreira participou da segunda Exposição Internacional de Importação da China, integrando uma comissão de empresários dos países de língua portuguesa organizada pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM). "Em Shanghai, participamos de várias reuniões com compradores da parte continental da China, com o auxílio dos tradutores do IPIM, conseguimos desta forma superar as barreiras do idioma e culturais e melhor compreender as demandas dos consumidores chineses", disse ela.

As vantagens únicas de Macau também se refletem nos serviços financeiros entre a China e os PLPs, salientou Leong Vai Tac, secretário da Economia e Finanças de Macau, citando a criação do Centro de Liquidação em RMB para os PLPs, da Plataforma de Financiamento Empresarial para os PLPS, o desenvolvimento de atividades de locação financeira, a gestão de recursos e seguros de crédito para exportação, entre outras.

Em 2016, na 5ª Conferência Ministerial do Fórum de Macau, a China e os países de língua portuguesa decidiram incorporar a Iniciativa do Cinturão e Rota no seu Plano de Ação. Neste ano, a construção da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa foi incluída nas linhas gerais do plano do desenvolvimento da Grande Área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

A articulação de Macau com as estratégias nacionais de desenvolvimento, como a construção da Iniciativa do Cinturão e Rota, e o desenvolvimento da Grande Área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, expandirá ainda mais a amplitude e a profundidade da cooperação econômica e comercial entre a China e os PLPs e tornará mais relevante o papel de Macau como plataforma, apontou Xu Yingzhen.

Para apoiar a construção do Cinturão e Rota, o IPIM realiza anualmente o Fórum Internacional de Investimento e Construção de Infraestrutura, mencionou à Xinhua U U Sang, membro executivo do instituto.

Em 2018, o fórum contou com a presença de mais de 56 autoridades governamentais de nível ministerial de quase 40 países e regiões. Desde 2017, o fórum passou a lançar o índice de Desenvolvimento de Infraestrutura do Cinturão e Rota, e em 2019, emitiu pela primeira vez o índice de desenvolvimento de infraestrutura para China e os PLPs.

"Macau tem servido como uma plataforma de comércio, serviços e intercâmbio cultural entre a China e os PLPs, " observou Maria João Gregório, vice-presidente do Fórum de Empresários de Língua Portuguesa, acrescentando que a participação e integração de Macau no Cinturão e Rota e na Grande Área da Baía atribuirão à plataforma uma maior dimensão e importância, além de ajudar as empresas lusófonas a entrar no mercado chinês e compartilhar o desenvolvimento da China.

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