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China urge EUA a aprender com ataques do 11 de setembro, descartando os padrões duplos no combate ao terrorismo

Fonte: Diário do Povo Online    05.12.2019 10h09

A China avisou na quarta-feira que, se os EUA continuarem a aplicar padrões duplos na luta contra o terrorismo, ou mesmo a infringir a soberania e segurança de outros países, acabarão por sofrer as consequências de seus atos.

“Os ataques do 11 de setembro não foram assim há tanto tempo. Os EUA não deviam esquecer a dor à medida que as feridas saram”, disse Hua Chunying, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

A Casa dos Representantes dos EUA aprovou a “Lei dos Direitos Humanos Uigures 2019”. Chris Smith, representante estadunidense, qualificou as medidas anti-terroristas preventivas e esforços de contenção da radicalização chineses de “campos de concentração modernos”. A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, definiu esses esforços como “um ultraje para a consciência coletiva do mundo”.

Instada a comentar a posição e comentários dos EUA, Hua disse: “Ouvi dizer que alguns dos legisladores dos EUA não têm sequer passaportes. Nunca vieram à China, e muito menos a Xinjiang da China. Como podem falar por 1,4 bilhão de chineses ou pelos 25 milhões de habitantes de Xinjiang? No entanto continuam fazendo alegações arbitrárias e comentários falsos sobre a situação de Xinjiang. Que arrogância!”.

Hua afirmou que as questões relacionadas com Xinjiang não têm a ver com direitos humanos, etnia ou religião, mas antes com a luta contra o separatismo e terrorismo violento.

Desde a década de 1990, especialmente após os ataques de 11 de setembro, elementos de terrorismo, separatismo e forças extremistas lançaram vários milhares de ataques terroristas violentos em Xinjiang, causando baixas massivas, bem como perdas de propriedade, disse ela, salientando que só no incidente de “5 de julho” de 2009, 197 pessoas perderam a vida e mais de 1,700 foram feridas.

“Na base de adquirir experiência internacional de anti-terrorismo, a China deu início a programas de educação vocacional e treinamento em Xinjiang, os quais constituem um passo em resposta ao Plano de Ação para a Prevenção do Extremismo Violento da ONU”, disse Hua.

As medidas adotadas por Xinjiang são úteis para a exploração do plano de ação da ONU, disse. A situação de segurança melhorou significativamente lá, sem que um único ataque terrorista tenha acontecido nos últimos 3 anos.

“Os EUA devem reconhecer e aprender com as medidas adotadas pela China, ao invés de as desacreditar”, disse Hua.

Além disso, os políticos estadunidenses falam com a China sobre uma “consciência” para com as minorias étnicas. “Que arrogância, petulância, que hipocrisia”, disse Hua.

“Eles já se esqueceram? A história bisecular americana está manchada com o sangue e as lágrimas dos índios nativos, os habitantes originários do continente”.

Hua disse que desde o século XIX, o exército dos EUA ocupou milhões de quilômetros quadrados de terra e se apossou de inúmeros recursos naturais através da expulsão e chacina dos índios nativos, durante a expansão para o oeste.

Além disso, os EUA levaram também a cabo políticas de assimilação forçada dos nativos, matando, expulsando e perseguindo-os, negando-lhes os seus direitos civis.

“Hoje em dia, os nativos perfazem apenas 2,09% do total da população do país. Eles enfrentam inúmeras dificuldades, incluindo infraestruturas deficientes, escassez de água e eletricidade, falta de acesso à internet, desemprego, pobreza, e condições de vida indigentes. Face a todos estes fatores chocantes, podem os políticos dos EUA fingir ignorância? Onde está a sua consciência?”.

“Na China é implementado um sistema de autonomia étnica regional, igualdade e unidade étnica, respeito e proteção pela crença religiosa, proteção pelas normais atividades religiosas e pelos direitos dos crentes em concordância com a lei”, disse.

Pessoas de todos os grupos étnicos em Xinjiang desfrutam de um estatuto legal e constitucional e direitos legais, incluindo o direito de eleger e ser eleito, participar na gestão de assuntos de estado, usar a linguagem falada e escrita de seus grupos étnicos, herdar a cultura étnica, bem como a liberdade de crença religiosa e direito à educação.

“Os EUA esqueceram seletivamente os seus atos brutais de perseguição aos nativos americanos, fechando os olhos à sua história sangrenta e realidade trágica. Por seu turno, difamam e conspurcam sem escrúpulos as políticas étnicas bem-sucedidas da China, especialmente aquelas relacionadas com Xinjiang”, disse Hua.

A porta-voz acrescentou ainda que nos últimos anos, os EUA servem-se dos direitos humanos e da luta contra o terrorismo como camuflagem para intervir militarmente no Afeganistão, Iraque e Síria, matando milhões de civis inocentes e tornando vários outros em refugiados.

“Tais atos de total desdém pelo direito das pessoas à vida e ao desenvolvimento são um ultraje para a consciência coletiva do mundo!”, asseverou.

“O terrorismo e o extremismo são inimigos comuns dos seres humanos, e a comunidade internacional tem uma responsabilidade comum de lutar contra o terrorismo e eliminar o extremismo”, concluiu.

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