Devemos reforçar a parceria entre os países do BRICS e trabalhar em conjunto para manter o multilateralismo

Fonte: Diário do Povo Online    12.11.2019 09h55

Por Ma Zhaoxu

A 11ª reunião de líderes dos BRICS será realizada em Brasília de 13 a 14 de novembro, evento que atraiu grande atenção e expectativa da comunidade internacional.

O grupo BRICS está na vanguarda no âmbito internacional e desempenha um papel cada vez mais importante no âmbito global, pois está de acordo com a tendência histórica da evolução dos padrões globais e a tendência dos tempos em que a ordem internacional evolui numa direção mais justa e racional. Por conseguinte, a cooperação dos BRICS foi amplamente reconhecida e apoiada por todos os países, especialmente pelos mercados emergentes e pelos países em desenvolvimento, e tornou-se uma força positiva, estável e construtiva nos assuntos internacionais.

Em junho deste ano, os líderes do BRICS realizaram uma reunião informal durante a Cúpula do G20, em Osaka, para manifestar o seu apoio ao multilateralismo e ao sistema multilateral de comércio. A reunião em Brasília se aproxima. Continuaremos mantendo estendida a bandeira do multilateralismo, estabeleceremos uma parceria estratégica mais estreita, mais abrangente e de nível mais elevado entre os BRICS, emitiremos a mensagem dos BRICS e apresentaremos planos e contributos para eles.

Perante as questões críticas internacionais e regionais, alguns países exercem pressão unilateralmente, autorizam ou até utilizam a força, que não soluciona o problema, mas também agrava a situação: os países BRICS devem unir-se, defender decididamente o papel do Estado e das Nações Unidas e salvaguardar o papel das Nações Unidas e um sistema internacional baseado no direito internacional. Temos de instar a todas as partes a respeitarem as normas internacionais formuladas conjuntamente e insistir em que todos os países, grandes e pequenos, sejam iguais e que todos os problemas sejam resolvidos através do diálogo e da negociação, e se oponham ao hegemonismo e à política de poder. Temos de defender o conceito de segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável e participar construtivamente em soluções políticas para problemas urgentes.

O desenvolvimento é a chave para resolver todos os problemas. Os países dos BRICS devem prestar atenção ao bem-estar do seu próprio povo, reforçar a coordenação das políticas macroeconômicas e a combinação de estratégias de desenvolvimento, aprofundar a parceria da nova revolução industrial e ajudar a reforma e melhoria econômica dos cinco países.

Continuaremos a integrar a implementação da agenda de 2030 para o desenvolvimento sustentável nas nossas estratégias nacionais de desenvolvimento, e ao mesmo tempo promoveremos as questões de desenvolvimento no centro do quadro macro-político global, manteremos o modelo de cooperação para o desenvolvimento global, tendo a cooperação Norte-Sul como principal canal e a cooperação Sul-Sul como complemento. Temos de construir ativamente uma economia global aberta, promover a liberalização e a facilitação do comércio e do investimento, opor-nos a todas as formas de protecionismo e ajudar os países em desenvolvimento a integrarem-se melhor nas cadeias de valor global e nas cadeias industriais. Temos de participar ativamente nos processos multilaterais relativos às alterações climáticas e promover os debates sobre questões relevantes ao abrigo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas e do Acordo de Paris, e instar os países desenvolvidos a prestarem apoio financeiro e técnico aos países em desenvolvimento.

Os atuais desafios globais são cada vez mais proeminentes, e os déficits de governança em várias áreas estão aumentando. A reforma do sistema de governança global é a tendência geral. Os países dos BRICS devem continuar a defender o conceito de consulta, construção e partilha como conceito de governança, e promover a democratização das regras de governança global e torná-las mais equilibradas para refletir a vontade da maioria dos países, especialmente dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento.

Temos de salvaguardar firmemente o sistema multilateral de comércio com a OMC como núcleo, assegurar que a reforma da OMC respeite os seus valores fundamentais e princípios básicos, e garantir que o objetivo de abertura de mercados e de desenvolvimento equitativo não será abalado. O "tratamento especial e diferenciado" que os países em desenvolvimento desfrutam não titubearão. Devem ser envidados esforços para melhorar o desenvolvimento de normas internacionais para novos territórios, como a internet, o espaço, o mar profundo e as regiões polares, e para estabelecer um sistema de governança igualitário, aberto, transparente e inclusivo que garanta o intercâmbio de direitos e a responsabilidade compartilhada por todos os países.

A diversidade é a característica básica da civilização humana. As civilizações, assim como os seres humanos, se diferenciam apenas pela cor da pele e da linguagem usada. Nenhuma civilização é superior aos outros. Os países do BRICS devem visar o intercâmbio dos povos, realizar intercâmbios humanitários abrangentes, fortalecere os intercâmbios amigáveis com outros mercados emergentes e países em desenvolvimento através da cooperação “BRICS+”, além de reforçar a aprendizagem mútua entre diferentes civilizações. Temos de apelar aos países em causa para que renunciem à arrogância e ao preconceito, para que abandonem o paradoxo do "choque de civilizações", para que busquem um ponto em comum, preservando as suas diferenças, para que aprendam com o poder dos outros, busquem uma coexistência harmoniosa e realizem uma cooperação mutuamente benéfica.

O presidente Xi Jinping disse: "No processo histórico da cooperação BRICS, dez anos é apenas o começo. Olhando para o futuro, a cooperação dos BRICS certamente trará maior desenvolvimento e desempenhará um papel maior nos assuntos internacionais.” Esperemos que a cooperação dos BRICS avance mais uma vez para o futuro distante de Brasília e continue avançando na direção da construção de um destino comum para a humanidade.

(O autor é o vice-ministro das Relações Exteriores da China) 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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