Shanghai, 30 out (Xinhua) -- Como passo essencial para abrir ativamente seu mercado, a segunda Exposição Internacional de Importação da China (CIIE, em inglês) deve injetar novo ímpeto em uma economia mundial aberta.
A CIIE deste ano, que ocorrerá entre 5 e 10 de novembro, registra um número crescente de empresas participantes, novos produtos e tecnologias de ponta, além de contar com um espaço maior de exposições.
Dados oficiais mostram que a feira de importação deste ano atrairá mais de 250 empresas das Top 500 do mundo, um reflexo da crescente influência do evento. A área de exposições aumentará para 360 mil metros quadrados, uma expansão de 60 mil metros quadrados em relação ao ano passado.
"Estabelecida pela China e compartilhada pelo mundo, a CIIE injeta vitalidade e confiança na construção de uma economia mundial aberta", disse o ministro do Comércio chinês, Zhong Shan.
ABERTURA MAIS ABRANGENTE
Mohammad Nurus Safa, um empresário de Bangladesh, terá em breve seu segundo lote de mercadorias remetido a Shanghai para a CIIE.
"Este ano, levaremos produtos de bordados locais únicos para a expo, de modo que mais pessoas de Bangladesh possam compartilhar as oportunidades de desenvolvimento trazidas pelo 'trem expresso da China'", disse Safa, fundador da Dada Bangla Limited.
Sua empresa é uma das 3 mil provenientes de cerca de 150 países e regiões que se inscreveram para a exposição deste ano.
Considerando a CIIE como uma excelente plataforma para atingir clientes de todos os tipos, Fabrice Megarbane, CEO da L'Oreal China, disse que a companhia exibirá 11 marcas na nova seção de alta qualidade na área de exibição de bens de consumo.
"Além das oportunidades oferecidas pela própria expo de importação, o ambiente chinês de negócios em aprimoramento contínuo também nos impressionou", disse Anna E, diretora de assuntos públicos da Mars China.
As novas políticas de abertura da China trouxeram maior estímulo às empresas estrangeiras para que aumentem o investimento na segunda maior economia do mundo.
Em 30 de julho, entraram em vigor as listas negativas revisadas de acesso ao mercado para investimento estrangeiro, introduzindo maior abertura em setores como serviços, manufatura e mineração, permitindo que os investidores estrangeiros operem empresas com participação acionária majoritária ou com propriedade total em mais setores.
Em agosto, a China anunciou um plano diretriz para as novas zonas-piloto de livre comércio (ZLC) em seis regiões provinciais, aumentando o número total de ZLCs piloto para 18. Serão testadas nestas áreas novas formas de gestão de investimentos estrangeiros, facilitação de comércio e transformação de funções governamentais para ajustar melhor a economia chinesa às práticas internacionais.
A exposição não apenas aumenta a importação de bens e serviços, mas também promove o melhoramento do investimento estrangeiro através do incentivo de comércio e mercado, avalia Min Shilin, vice-diretor executivo do Comitê de Administração do Distrito Comercial Central Hongqiao de Shanghai. Um centro logístico franco no DCC Hongqiao foi lançado em setembro para oferecer serviços de uma parada só para apoiar a CIIE.
ÊXITOS MAIS FRUTÍFEROS
A primeira expo de importação em Shanghai, realizada em novembro passado, acelerou a entrada de marcas estrangeiras em mais regiões do interior da China, especialmente nas cidades de terceira a quinta escala do país, demonstrando o potencial do enorme mercado chinês.
Na primeira CIIE, a empresa de Safa exibiu uma variedade de artesanato de juta local, como tapetes, cestas e bolsas. Os produtos, muitos dos quais feitos por mulheres carentes em Bangladesh, atraíram a atenção dos visitantes e compradores.
"As oportunidades da CIIE estão contribuindo para os esforços globais de redução da pobreza", afirmou Safa.
Graças à primeira CIIE, esses artesanatos de Bangladesh agora estão sendo vendidos em uma loja de produtos de alta qualidade em Shanghai.
Três meses após a primeira edição, os produtos lácteos de uma marca da Nova Zelândia exibidos na expo apareceram em um supermercado da Região Autônoma da Etnia Hui de Ningxia, no noroeste da China. Em um centro comercial aberto no sudoeste de Chongqing, mercadorias estrangeiras como sorvete russo, vinho da Geórgia e decorações do Quênia chamaram toda a atenção dos consumidores locais.
A primeira CIIE contou com mais de 3.600 empresas de 172 países, regiões e organizações internacionais, atraindo mais de 400 mil compradores nacionais e estrangeiros.
Foram alcançados acordos de intenção de compra em um ano de bens e serviços num valor total de US$ 57,83 bilhões no evento de seis dias. Muitos desses produtos foram importados através da rede ferroviária de cargas China-Europa, que promoveu a abertura da China e impulsionou a cooperação comercial com mercados exteriores.
A facilitação das políticas de importação, como a redução de tarifas e a simplificação do processo de desembaraço aduaneiro, também ajudaram as marcas estrangeiras a chegarem ao mercado chinês de forma mais acelerada.
Um lote de leite fresco que sai de uma fazenda na Nova Zelândia na segunda-feira pode chegar às mesas de jantar chinesas até a quarta-feira. Os comerciantes de alimentos estão se preparando para importar mais produtos frescos e congelados para os consumidores chineses.
"A primeira CIIE reforçou nossa confiança nas políticas chinesas sobre o ambiente comercial e nos permitiu ver a crescente demanda do mercado doméstico da China", destaca Megarbane.
"A segunda CIIE construirá uma plataforma para o lançamento e a exibição de novos produtos e tecnologias, demonstrando a determinação e a confiança da China em implementar o livre comércio. Além disso, melhorará ainda mais a qualidade de vida do povo e promoverá o consumo doméstico", analisa Sun Chenghai, vice-diretor do Escritório da CIIE.