Telescópio espacial da China abre nova janela para a observação de buracos negros

Fonte: Xinhua    28.10.2019 16h57

Xiamen, 28 out (Xinhua) -- O primeiro telescópio espacial de raios X da China está ajudando os cientistas a abrir uma nova janela para observar e entender melhor os corpos celestes bizarros, como buracos negros e estrelas de nêutrons.

O Telescópio de Modulação de Raio-X Duro (HXMT), apelidado de Insight, enviado para uma órbita de 550 km acima da Terra em 15 de junho de 2017, detectou áreas que provavelmente são as mais próximas dos buracos negros até o momento, ajudando a elucidar as propriedades básicas dos buracos negros e das estrelas de nêutrons, bem como do comportamento e da radiação de matérias próximas aos fortes campos magnéticos e gravitacionais, disse Lu Fangjun, vice-projetista-chefe do satélite.

A equipe de pesquisa do Instituto de Física de Alta Energia da Academia Chinesa de Ciências anunciou algumas das descobertas do telescópio espacial na primeira Assembleia de Ciências Espaciais da China, inaugurada no sábado em Xiamen, Província de Fujian, no leste da China.

O satélite realizou observações de alta precisão e de alta frequência nos sistemas de estrelas binárias formados por um buraco negro e uma estrela normal, ou uma estrela de nêutrons e uma estrela normal. Quando a matéria da estrela normal, impulsionada pela forte gravitação, cai em um buraco negro ou uma estrela de nêutrons, ela é acelerada e aquecida durante o processo, emitindo fortes raios-X, disse Lu.

"Nós os chamamos de sistemas binários de raios-X, que são considerados como laboratórios naturais de condições físicas extremas", afirmou Lu.

Os cientistas estudam uma série de fenômenos que eles não podem replicar na Terra ao observar esses sistemas e assim podem conhecer mais sobre as características dos buracos negros e das estrelas de nêutrons a partir dos raios-X.

O HXMT descobriu uma mudança quase periódica nos raios X de alta energia emitidos pela matéria próxima a buracos negros e estrelas de nêutrons, disse Lu.

Comparado aos satélites astronômicos de raios X de outros países, o HXMT possui uma maior área de detecção, uma faixa de energia mais ampla e mais tempo de trabalho eficaz. Isso oferece vantagens na observação de buracos negros e estrelas de nêutrons que emitem raios-X brilhantes, de acordo com Lu.

Durante sua operação de mais de dois anos em órbita, o telescópio realizou mais de mil observações e enviou de volta 2 TB de dados científicos. O satélite também foi usado para detectar explosões de raios gama correspondentes a ondas gravitacionais e para testar a navegação pulsar.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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