Washington, 17 out (Xinhua) -- Permitir ao mercado desempenhar um maior papel na economia da China nas últimas décadas levou a um "desenvolvimento dramático" que tirou centenas de milhões de pessoas da pobreza, comentou o presidente do Banco Mundial, David Malpass, na quinta-feira, quando se celebrou o Dia Internacional de Erradicação da Pobreza.
Malpass fez as observações em resposta a uma pergunta feita pela Xinhua durante uma coletiva de imprensa sobre a abertura das reuniões anuais 2019 para o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Se eu voltar no passado, lá pela década de 1970, a China deu uma série de passos dramáticos para frente, em relação a permitir a precificação de mercado para os produtos agrícolas, e permitir ao mercado tomar algumas das decisões, onde os investimentos são feitos", disse o chefe do Banco Mundial, que observou que foi um desenvolvimento dramático tirar literalmente centenas de milhões de pessoas da pobreza.
"O resultado foi a China se tornou cada vez mais comprometida e entrelaçada com a economia mundial, com as cadeias de fornecimento mundiais sendo de um modo positivo para a China e muito importante na campanha de alívio da pobreza do país", afirmou.
Desde sua fundação em 1949, a República Popular da China tirou mais de 800 milhões de pessoas da pobreza, o que representou mais de 70% da redução da pobreza mundial. Beijing também prometeu eliminar a pobreza extrema até 2020, dez anos antes do prazo final estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em sua Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e suas 17 Metas de Desenvolvimento Sustentável.
O chefe do Banco Mundial pediu ao país que continue com as reformas orientadas ao mercado, fortaleça o Estado de direito e eleve a competitividade das empresas estatais, que são importantes para o desenvolvimento econômico e para a maior redução da pobreza no país.
Observando que a relação de 40 anos do Banco Mundial com a China está "evoluindo" rumo a novos tipos de interação, Malpass disse que a China emprestará menos do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (IBRD), que empresta aos governos de renda média e países de baixa renda com boa classificação de crédito, e que o Banco Mundial oferece muita assistência técnica à China.
Em suas observações de abertura na coletiva de imprensa, Malpass disse que o contexto de crescimento mundial lento, fraco investimento, atividade manufatureira débil e comércio enfraquecido, entre outros, fazem com que as metas do Banco Mundial para reduzir a pobreza extrema e impulsionar a prosperidade compartilhada sejam "muito mais árduas", acrescentando que cerca de 700 milhões de pessoas no mundo ainda vivem em pobreza extrema.