Avós chinesas em busca da fama em plataformas de vídeos de curta duração

Fonte: Diário do Povo Online    27.08.2019 16h29

Lin Wei nunca sonhou em se tornar uma “celebridade” aos 64 anos de idade, muito menos imaginou que aquilo que a tornaria famosa seria um vídeo de 15 segundos a percorrer uma “passerelle na rua”.

Enfermeira aposentada de Beijing, Lin começou a trabalhar no mundo da moda em part-time aos 45 anos. Ela considerava-se apenas uma de muitas modelos entusiastas, até um vídeo dela e de três outras modelos seniores se ter tornado viral, tendo o grupo uma média de idades de 67 anos.

Postado em junho, o vídeo recebeu 55 milhões de visualizações e 2,7 milhões de curtidas no TikTok, um aplicativo de partilha de vídeos conhecido por Douyin, na China.

 “O video de 15 segundos conseguiu-nos mais fãs do que toda a nossa carreira de modelos. É impressionante”, disse Lin, acrescentando que havia sido reconhecida por várias vezes na rua pelos fãs.

A sua equipa, que adotou o nome “Glam-mas” (avós glamorosas, em tradução livre), conta já com mais de 37,000 seguidores. Sessões de resposta aos comentários e questões dos fãs tornaram-se já uma rotina diária para Lin.

Apesar das plataformas de vídeos de curta duração como o TikTok e Kuaishou serem há muito consideradas basilares para as sub-culturas jovens da China, Lin representa uma legião crescente de cidadãos mais velhos que estão entrando neste território com grande dedicação.

Existem cerca de 320 milhões de utilizadores ativos no TikTok, sendo que dos quais se estima que 40 milhões tenham idades superiores a 50 anos, de acordo com um funcionário da empresa.

Os seus vídeos, desde paródias a músicas de rap dos jovens, à partilha de segredos culinários aprimorados ao longo de décadas, granjeam aplausos por parte de utilizadores da sua idade e da geração dos seus netos.

A China tem uma vasta população online, tendo alcançando os 829 milhões no ano passado, dos quais 12,5% têm mais de 50 anos, mais 2% do que no ano anterior, de acordo com um relatório sobre o desenvolvimento da internet na China, lançado em fevereiro.

O aumento da presença online dos mais velhos ocorreu naturalmente, à medida que ocorre o envelhecimento da população do país. Até o final de 2018, a China tinha cerca de 249 milhões de pessoas com 60 ou mais anos de idade, perfazendo 17,9% do total da sua população. As estimativas apontam para que sejam mais de 300 milhões até 2025.

Muitos pensionistas recorrem à internet para dinamizar a sua aposentadoria, pois “os chineses mais velhos de hoje apresentam maiores índices de educação e aprendem coisas novas com mais facilidade”, disse Gao, vice-reitor da Universidade Sénior de Jilin.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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