Realização do torneio The International reforça compromisso da China com eSports

Fonte: Diário do Povo Online    27.08.2019 09h55

A China ascendeu ao topo no mundo na indústria dos eSports, tornando-se em 2015 uma meca mundial, com uma audiência de 82 milhões - número que entretanto aumentou para 135 milhões este ano, com estimativas de continuar crescendo, segundo a CGTN.

De acordo com a iResearch, citada pela CGTN, a indústria de eSports da China está avaliada em 65 bilhões de yuans ($9,3 bilhões), sendo que o mercado combinado de jogos para consolas e celulares quase perfaz o mesmo montante.

Perante este crescimento explosivo, Shanghai avançou com o projeto de se afirmar como “capital dos eSports”. Tal meta foi assumida em 2017, com a aposta no “desenvolvimento da vida cultural e artística”, e explicitamente reforçada em junho deste ano, na publicação municipal “Pareceres sobre o impulsionamento e promoção salutar dos esports em Shanghai”.

A capital económica da China acabou de realizar com sucesso o torneio The International, um dos maiores a nível mundial na indústria de eSports.

Dai Yanmiao, professor associado da Universidade de Desporto de Shanghai

Dai Yanmiao, professor associado da Universidade de Desporto de Shanghai afirma que a realização do torneio “após dois anos de preparação, é um indicador dos esforços nesse sentido [de tornar Shanghai uma capital de eSports]. A importância deste torneio para os fãs de todo o mundo é irrefutável”.

Analisando a evolução dos eSports na China, Dai considera que “anteriormente baseávamo-nos meramente em números - temos muita gente, o número de fãs é elevado, assim como o número de bons jogadores. Mas no que concerne à profissionalização e à indústria temos ainda muito que aprender com o resto do mundo”.

Dai explica que Shanghai é uma das cidades chinesas mais cosmopolitas e internacionais, com infraestruturas modernas, sendo por isso um local privilegiado para este fenómeno emergente.

“Em primeiro lugar a imprensa segue de perto todos os acontecimentos e desenvolvimentos no setor, e fá-lo de modo objetivo e ponderado. Em segundo lugar, existe uma coordenação estreita entre clubes, instituições e empresas. Em terceiro lugar há o elevado número de fãs em Shanghai. O lazer que os jovens encontram online e a comunicação offline entre eles encontram nos eSports um ótimo elo”, explica.

Xiao Hong, presidente da Perfect World

Xiao Hong, presidente da Perfect World, uma empresa chinesa de desenvolvimento de jogos e promoção de eventos no setor dos eSports, analisa a evolução da perceção da sociedade relativamente aos eSports:

“No início ninguém acreditava. As pessoas pensavam que se tratava apenas de um jogo, um ‘jogo especial’. Além disso, o público geral era contra os jogos. ‘Os jogos são maus para as crianças’”, diz entre risos.

“Ao longo dos últimos 5 a 10 anos, é possível constatar que o mercado dos eSports cresceu de modo muito expressivo, de forma independente dos próprios jogos”, refere.

A febre desta modalidade recente chegou já às universidades e demais instituições de ensino, onde são formados talentos com competências específicas: “Atualmente os jogadores profissionais podem apostar numa carreira, vencer prémios, obter um salário. Há muitos investidores que entram nos diversos segmentos desta cadeia industrial”.

“Não se trata mais de simples lazer. Os profissionais têm uma equipe inteira a eles dedicada, tal como nos desportos tradicionais”, assevera.

Hong vai mais longe, “Provavelmente em 20 ou 30 anos, isto [eSports] será maior que a NBA, maior que qualquer um dos desportos tradicionais”. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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