Ninguém ganha com avanço da guerra comercial, diz vice-primeiro-ministro

Fonte: Diário do Povo Online    27.08.2019 09h51

A China opõe-se à extensão do conflito, sendo receptiva aos investimentos, diz o vice-primeiro-ministro.

A China está disposta a resolver litígios com os Estados Unidos através de negociações "calmas" e opõe-se resolutamente à extensão de conflitos comerciais, disse na segunda-feira (26) o vice-primeiro-ministro Liu He.

Liu, que tem liderado as negociações comerciais com Washington, afirmou que a China tem ferramentas políticas suficientes e é capaz de garantir um desenvolvimento econômico estável e sólido.

As observações do vice-primeiro-ministro se deram em decorrer da tensão comercial em curso entre as duas maiores economias mundiais, que aumentou ainda mais com ambas as partes decidindo por cobrar mais tarifas sobre as exportações um do outro.

"Opomo-nos resolutamente aos bloqueios tecnológicos e ao protecionismo comercial...e estamos dispostos a resolver problemas através de consulta e cooperação com uma atitude calma ", disse Liu na cerimônia de abertura da Exposição China Inteligente 2019 em Chongqing.

“Acreditamos que a extensão da guerra comercial não é benéfica para a China, os EUA nem para os interesses das pessoas em todo o mundo ”, acrescentou.

O vice-primeiro-ministro afirmou que a China acolhe com agrado as empresas de todo o mundo, incluindo dos EUA, para investir e operar no país e o governo chinês continuará a criar um bom ambiente de investimento e proteger os direitos de propriedade intelectual.

O mais recente agravamento da tensão comercial entre a China e os EUA tem lançado uma sombra no próximo turno de negociações comerciais agendado para ser realizado nos EUA no próximo mês.

Especialistas afirmaram que as observações de Liu assinalaram a disponibilidade da China para continuar as negociações comerciais com os EUA, ao mesmo tempo que transmitem a mensagem de que está confiante e é capaz de manter um crescimento estável, bem como está preparada para o pior cenário possível.

“Eles mostraram o gesto positivo da China antes das negociações comerciais na esperança de continuar as negociações e chegar a um acordo com os EUA ”, disse o ex-vice-ministro do comércio Wei Jianguo, que agora é vice-presidente do Centro para Intercâmbio Econômico Internacional da China, um Think tank do governo localizado em Beijing.

"Mas o país não tem medo da pressão extrema dos EUA, e é capaz de lidar com os piores resultados", disse Wei. “Elas (observações de Liu) foram também mensagens tranquilizadoras para as empresas e investidores globais de que a reforma do mercado e a abertura da China não irão recuar, a economia chinesa é resistente e o governo é capaz de proteger a economia do impacto negativo dos conflitos comerciais ", acrescentou.

Na segunda-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang, disse que a ameaça da administração dos EUA de ordenar às empresas norte-americanas que procurem alternativas para fazer negócios com a China, soa mais como um slogan político do que um movimento prático.

"Mesmo que fosse acontecer, haveriam outros para preencher a lacuna. No final, foram os EUA que sofreram a perda", disse Geng em uma conferência de imprensa.

O ministério disse que o aumento das taxas norte-americanas fizeram o comércio Internacional e o crescimento econômico global despencarem, e exortou vivamente os EUA a não julgar mal a situação e parar imediatamente os movimentos errados.

"Se os EUA colocarem as medidas pautais em ação, a China tomará medidas para salvaguardar seus legítimos interesses", disse Geng.

Wang Tao, economista chefe da China na UBS, disse que a última escalada pautal acrescenta mais incerteza às conversações comerciais EUA-China e às relações econômicas bilaterais.

"Do lado chinês, a inesperada extensão dos EUA no início de agosto e as restrições à exportação da Huawei provavelmente endureceram as posições dos políticos...e não parece provável que eles vão ceder em face de mais pressão econômica ”, disse Wang.

Em resposta às incertezas em torno do conflito comercial com os Estados Unidos, a China continuará a promover mais reformas e abertura do mercado, disse ela, acrescentando que os legisladores em Beijing irão provavelmente introduzir uma simplificação da política monetária adicional, aumentar o financiamento do investimento em infra-estruturas e fornecer mais apoio político ao emprego e ao bem-estar social.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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