Polícia brasileira prende quatro suspeitos de hackear o celular do ministro da Justiça Sergio Moro

Fonte: Xinhua    24.07.2019 15h56

Rio de Janeiro, 23 jul (Xinhua) - A Polícia Federal brasileira anunciou nesta terça-feira a prisão de quatro suspeitos de ter hackeado celulares de autoridades, entre elas o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato.

A Polícia Federal assegurou em um comunicado que as detenções ocorreram nas cidades de São Paulo , Araraquara e Ribeirão Preto (interior do estado de São Paulo), em uma operação na qual também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão.

Os quatro detidos, entre eles uma mulher, foram levados para a capital do país, Brasília, onde prestarão depoimento à Policia Federal.

A operação, batizada de Spoofing (falsificação tecnológica que busca enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável, quando, na realidade, não é ) visou "desarticular uma organização criminosa que praticava crimes cibernéticos" segundo a polícia.

No início de junho, Moro, afirmou que hackers tinham tentado invadir seu celular. Dias depois, mensagens trocadas por Moro, quando era juiz federal com os procuradores e investigadores da Operação lava jato passaram a ser divulgadas pelo site jornalístico The Intercept Brasil e em seguida pelo colunista Reinaldo Azevedo em seu programa na rádio Bandnews, pelo jornal Folha de São Paulo e pela revista Veja.

A divulgação das mensagens causou uma grande polêmica no Brasil, já que em vários diálogos trasnparece uma suposta falta de imparcialidade de Moro, juiz de primeira instância do caso Lava Jato, em suas conversas com a equipe de promotores e investigadores, incluindo orientações e discussão de estratégias, algo proibido por lei.

Devido à polêmica, o ministro Moro prestou esclarecimentos perante a Câmara dos Deputados e o Senado nos quais se defendeu das acusações de imparcialidade.

Como juiz federal, Moro condenou à prisão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), acusado por suposta corrupção e lavagem de dinheiro. A prisão se deu meses antes das eleições de outubro de 2018, quando todas as pesquisas de opinião mostravam Lula como o grande favorito.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, "as investigações ainda não conseguiram estabelecer se os detidos hoje tem alguma ligação com o pacote de mensagens privadas dos procuradores da Lava Jato obtido pelo The Intercept", bem como "também não há provas de que os diálogos, enviados ao Intercept por fonte anônima, foram obtidos a partir de ataque hacker.

(Web editor: Renato Lu, editor)

Artigos Relacionados

0 comentários

  • Usuário:
  • Comentar:

Wechat

Conta oficial de Wechat da versão em português do Diário do Povo Online

Mais lidos