EUA não olham a meios para atingir os fins

Fonte: Diário do Povo Online    13.06.2019 10h25

Os interesses podem apenas ser atingidos pela via de relações harmoniosas. No entanto, alguns políticos americanos impacientes simplesmente não compreendem isso, e abandonaram a justiça internacional na qual os EUA sentiam orgulho.

As práticas recentes revelaram a essência dos EUA – a traição da justiça que não olha a meios para atingir os fins.

Desde a década de 1940, os EUA tornaram-se na maior potência mundial, gradualmente mudaram as suas políticas isolacionistas e passaram a tomar parte ativa nos assuntos globais, promovendo os seus valores, e dando passos contundentes no sentido de esculpir a imagem de uma “grande potência”. Os EUA autointitularam-se “líderes do mundo livre” e uma “nação indispensável”.

No entanto, a atual administração está a colocar em causa a moralidade do país.

Os políticos americanos, sob a bandeira do comércio “livre, justo e recíproco”, estão apregoando o bordão das tarifas e exercendo pressão extrema. Eles pretendem construir um ambiente aberto para o investimento, mas estão pressionando as empresas de outros países sem qualquer motivo válido.

Estes políticos americanos distorceram problemas de desenvolvimento doméstico e enganaram a população geral, abandonando tratados globais, como o Acordo de Paris, e promovendo discursos elaborados para os outros países assumirem responsabilidades internacionais.

Os EUA constituem uma força importante para assegurar a paz mundial, mas interferem arbitrariamente com os assuntos internos de outros países. Eles acusam sem fundamento os outros países de violarem os direitos humanos, mas abandonaram o Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Uma sondagem realizada pela empresa de consultoria Gallup em 134 países indica uma queda contínua na taxa de aprovação global da liderança estadunidense. A taxa caíu cerca de 20 pontos percentuais face a alguns anos atrás.

Hoje em dia, todos sabem o que a justiça norte-americana significa – tudo que esteja em conformidade com os interesses americanos. Quem não contribuir para alcançar o slogan “América Primeiro”, é rotulado de “injusto”.

Mesmo vários aliados do país estão sendo prejudicados. Eles não foram preparados para a saída unilateral dos EUA do Acordo de Parceria Transpacífica, e os resultados da negociação do Plano de Ação Conjunto Global caíram por terra com a saída dos EUA. Em apenas menos de um mês depois dos EUA e da União Europeia terem emitido um comunicado conjunto para cessar os planos tarifários, Washington ameaçou novamente impor uma tarifa de 25% sobre os automóveis.

Até o cientista politico Americano Joseph Nye, que cunhou o termo “soft power” admite que o “soft power” americano foi erudido.

A distorção americana e negligência da justiça internacional expôs o pragmatismo extremo dos políticos norte-americanos. Eles não vêm valores e regras no intercâmbio internacional, mas apenas interesses comerciais e confrontação de poderes. A justiça é apenas uma ferramenta para lutarem por influência, mediatizarem ocorrências e garantirem lucros privados.

O acadêmico Americano Laurence Duggan referiu uma vez que as políticas dos EUA eram, efetivamente, “imperialismo disfarçado”, o que explica as práticas egocêntricas perpetradas sob o manto da “retórica moral”. Isto torna mais fácil compreender o porquê dos políticos estadunidenses serem multifacetados, usando tudo aquilo que vá de encontro aos seus interesses e abandonando tudo o que é contra estes.

A moralidade faz um país prosperar. A justiça internacional é apenas uma base para que as vozes se façam ouvir, mas também um consenso da comunidade internacional em certas questões. Ela representa os valores defendidos pela sociedade humana.

Por exemplo, diferentes países devem cooperar e ajudar-se, ao invés de se isolarem, fazerem promessas vazias e voltarem atrás na sua palavra. Devem respeitar-se com base na igualdade em vez de recorrerem à supremacia e a práticas de bullying.

Os países que pisem arbitrariamente valores e princípios reconhecidos acabarão como alvo da crítica pública. Os legisladores norte-americanos deveriam compreender a filosofia tradicional chinesa: aqueles que ficam do lado da moralidade, receberão amplo apoio, os que vão contra ela serão ignorados.

No mundo de hoje, a influência internacional de um país não é determinada apenas pelo poder, mas pelos valores que defende juntamente com outros países, pelos consensos que alcança com outras nações, e pela cooperação que leva a cabo com seus parceiros. Estes fatores ajudarão a alcançar resultados mutuamente benéficos e o progresso comum com o mundo.

Um homem probo segue a moralidade, pratica a justiça e valoriza a reputação. Apenas agindo de forma idônea pode um país ser reconhecido pelo mundo.

Os políticos americanos devem compreender a regra básica de que voltar atrás na palavra não é algo tolerado pela moralidade, dado que tal prática é irresponsável perante o seu país e população, bem como o progresso do desenvolvimento mundial e civilização humana.

 

O texto foi publicado na rúbrica “Badalar dos Sinos”, na versão impressa do Diário do Povo.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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