Beijing salienta igualdade em qualquer negócio comercial com Washington

Fonte: Diário do Povo Online    28.05.2019 09h47

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lu Kang, disse na segunda-feira (27) que a igualdade é uma obrigação para se chegar a um acordo comercial com os Estados Unidos.

O presidente norte-americano Donald Trump disse na segunda-feira no Japão que Washington não está pronto para fazer um acordo comercial com a China, mas deixa aberta a possibilidade de que as duas nações possam chegar a um acordo algum dia.

Ele previu um "bom acordo com a China em algum momento no futuro, porque eu não acredito que a China possa continuar a pagar essas centenas de bilhões de dólares em tarifas".

Os EUA fizeram vários comentários sobre negociações comerciais, alguns dos quais afirmando que o acordo vai sair em breve, enquanto outros afirmam que ainda é difícil chegar a um acordo, disse Lu em uma conferência de notícias regular na segunda-feira.

A posição da China tem sido consistente, disse Lu. “O atrito comercial deve ser resolvido através de consultas e negociações amigáveis, que devem basear-se no respeito mútuo, igualdade e benefício mútuo", acrescentou.

Os dois países estão num impasse tenso em relação ao comércio. Em julho, iniciaram pautas de troca, quando a primeira ronda de tarifas dos Estados Unidos sobre os $34 bilhões de bens chineses entrou em vigor. Washington ameaçou agravar ainda mais o conflito comercial e aumentou a tensão ao impor restrições às empresas chinesas, como a Huawei Technologies Co.

Vice-reitor e professor da Escola Nacional de Desenvolvimento da Universidade de Pequim, Huang Yiping, disse que as duas partes normalmente se esforçam para chegar a uma resolução de ganhos mútuos nas consultas comerciais. Mas o governo dos EUA é diferente, porque ele quer garantir que apenas ele ganhe vantagens nas negociações comerciais, disse Huang.

Huang reflete que o governo dos EUA é, em certa medida, "irracional" em conversações com a China, disse Huang recentemente em um seminário em Beijing. Contra tal pano de fundo, Huang disse que é difícil prever se os dois países podem chegar a um acordo.

Wei Jianguo, ex-vice-ministro do comércio, disse que as frequentes acusações do governo dos EUA contra a China negaram a possibilidade de um acordo. Os EUA não perceberam a firme determinação da China em defender seus interesses nacionais. É impossível impor um acordo unilateral”, disse Wei, vice-presidente do Centro para o Intercâmbio Econômico Internacional da China, um grupo de think tank em Beijing.

Zhang Yansheng, pesquisador sênior do Centro para o Intercâmbio Econômico Internacional da China, disse que o governo dos EUA tem feito comentários ou movimentos inesperados, muitas vezes contraditórios.

Zhang citou que o governo dos EUA chegou a afirmar diversas vezes que se as negociações China-EUA havia terminado, uma tarifa adicional de 25 por cento seria imposta às importações chinesas. Ele questiona por que Washington levantou tarifas enquanto a 11ª rodada de negociações estava em andamento. E afirma que uma explicação é necessária." 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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