O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, chegou a Beijing no domingo, 19 de maio, para uma visita oficial. A Bloomberg refere que a visita visa reparar os danos causados à relação bilateral, pelo discurso “anti-China” do presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com uma publicação da Bloomberg de 18 de maio, Hamilton Mourão irá se encontrar com os líderes chineses durante a visita, com o objetivo de reforçar o relacionamento entre os dois mercados emergentes.
A China foi o maior parceiro comercial do Brasil na última década, mas esse fato continua sendo um tópico sensível no governo. Embora Mourão e outros membros do governo apoiem os contatos com a China, prossegue o artigo, Bolsonaro e outros membros mais radicais da sua administração mantêm grandes reservas face à China.
A Bloomberg salienta, no entanto, que a postura cética e crítica de Bolsonaro durante a sua campanha face à China, foi substancialmente suavizada após ter assumido a presidência. A visita de Mourão é descrita, portanto, parte de um esforço para reatar as relações entre os dois países.
No início da semana, Mourão reconheceu, durante uma entrevista, que é necessário encontrar o ponto de equilíbrio entre o desejo da administração de Bolsonaro colocar os EUA no centro da sua política diplomática e a importância econômica da China.
O vice-presidente afirmou: “Temos de ser pragmáticos e compreender a importância da China para o desenvolvimento econômico do Brasil”.
Segundo a Bloomberg, as relações comerciais irão dominar a agenda de Mourão na China. Com base em dados oficiais do Brasil, as exportações brasileiras para a China atingiram um valor record de $67 bilhões em 2019, e, por seu turno, o investimento chinês no Brasil entre 2003 e 2018 foi de quase $134 bilhões.
A China pretende também obter o apoio oficial brasileiro à iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”.
De acordo com a publicação, vários prefeitos brasileiros pretendem também desenvolver relações com a China.
De acordo com a Sputnik, a visita do vice-presidente brasileiro é a primeira de um dos membros da liderança do país sul-americano à China após as eleições presidenciais do final do ano passado.
Mourão afirmou um dia antes de visitar Beijing que o Brasil pretendia participar na iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”. Ele enfatizou que, além da COSBAN, a iniciativa chinesa era também um dos motivos mais importantes da sua deslocação à capital chinesa.
A China é atualmente o segundo maior parceiro comercial da América Latina. Em 2018, o volume de comércio bilateral atingiu os 300 bilhões de dólares. A China é uma importante fonte de investimento direto para os países latino-americanos. Desde 2009, a China vem sendo o maior parceiro comercial do Brasil e o maior parceiro financeiro e de investimento.