A diretora do Planejamento de Políticas do Departamento de Estado dos EUA, Kiron Skinner, fez recentemente uma afirmação chocante, chamando os conflitos sino-norte-americanos de “uma luta entre duas civilizações e ideologias totalmente diferentes”. O mundo foi abalado, e para as pessoas racionais, a afirmação de Skinner não passa de um truque para atrair atenção. O que ela disse manchou o conceito de “civilização” e embaraçou o setor político, acadêmico e até mesmo o Departamento de Estado dos EUA.
O “conflito entre civilizações” citado por Skinner veio da teoria do político da Universidade de Harvard, Samuel Phillips Huntington. Ele publicou um artigo na revista Foreign Affairs em 1993 e assim estabeleceu a teoria “Conflito de Civilização”. A tal teoria era polêmica por divulgar a hegemonia cultural e causou muitas críticas no setor acadêmico. No entanto, Huntington ainda estava tentando explicar os conflitos entre as civilizações e buscar uma maneira para atingir a diversidade. Hoje, Skinner citou um trecho fora do contexto de Huntington para apoiar seu ponto de vista. Se isso não for ignorância, é um forte preconceito.
O conhecimento de Skinner sobre a política do seu país e as relações sino-norte-americanas é ainda mais chocante. Ela chamou a China de “o primeiro concorrente não branco” dos EUA para tentar fazer uma comparação com a relação entre os EUA e a União Soviética na era da Guerra Fria. O que ela quer dizer aqui é: conflito com russos é entre pessoas brancas e conflito com chineses é uma luta entre brancos e não brancos. A discriminação racial é um campo minado nos EUA. A afirmação de Skinner causou pânico entre elites políticas e acadêmicos nos EUA. Surgiram oposições fortes na sociedade norte-americana contra essa afirmação “horrível e racista”. O mais lamentável é que tal afirmação veio de uma mulher educada dos EUA que acabou prejudicar a imagem das mulheres norte-americanas.
Na realidade, isso refletiu as ideias reais de alguns americanos que ainda possuem um “pensamento de Guerra Fria” e de “hegemonia cultural”. Eles estão acostumados a dividir pessoas baseando-se na “ideologia” e autoproclamam uma “civilização ortodoxa”, enquanto aplicam a lei da selva, onde os fortes comem os fracos. Estamos vivendo no século 21 e eles, pessoas como Skinner, ainda estão vivendo os tempos de 40 anos atrás.
Um mundo bonito é composto por diversas civilizações, e cada uma delas é uma deposição da história e algo precioso para a humanidade.
Não há conflitos entre civilizações, mas sim pessoas que querem criar conflitos em nome das civilizações. No final, diante das correntes históricas e das pessoas que amam a paz, esta ação será em vão.