Garantia de um acordo equilibrado com os EUA é para a China algo “racional”, dizem especialistas

Fonte: Diário do Povo Online    13.05.2019 09h31

Os analistas enfatizam a necessidade de garantir a cooperação durante as negociações comerciais entre Beijing e Washington.

A insistência da China em proteger os seus interesses fundamentais durante as negociações comerciais com os EUA é uma escolha “racional”, com base nas práticas internacionais, de acordo com os especialistas.

O vice-primeiro-ministro Liu He disse em Washington, na sexta-feira, que a China pretende um acordo justo e digno. Embora algumas disparidades-chave persistam, o acordo deverá ser formulado com base nos interesses centrais do país, tais como a eliminação de todas as tarifas adicionais, estabelecimento de expectativas realistas e assegurar que o corpo de texto do acordo seja “equilibrado”.

Dong Yan, diretor do gabinete de comércio internacional do Instituto de Economia e Política Mundial, vinculado à Academia de Ciências Sociais da China, disse que a oposição chinesa às novas tarifas comerciais e a sua busca por um “pacto comercial equilibrado” têm uma base racional.

Aquilo em que a China tem vindo a insistir incide “nas escolhas racionais que qualquer país adota quando enfrenta pedidos irrazoáveis em matéria de regras comerciais”, disse Dong durante um seminário em Beijing, citando casos semelhantes na história.

Os negociadores realizaram a 11ª ronda de conversações em Washington na quinta-feira e sexta-feira.

Antes de voltar a Beijing, Liu disse que é necessário discutir algumas questões centrais.

“Acreditamos que estas coisas são essencialmente uma questão de princípio. Como cada país tem princípios importantes, não podemos, de modo algum, fazer concessões em tais questões”, disse Liu. No entanto, o vice-primeiro-ministro acrescentou que espera que ambas as partes demonstrassem flexibilidade nas negociações.

A China e os EUA estão imersos numa senda de imposição de tarifas desde julho. Na sexta-feira, Washington tornou a aplicar tarifas sobre as importações chinesas.

Wei Jianguo, vice-presidente do Centro da China para as Trocas Econômicas Internacionais, disse, “mudanças inesperadas nas consultas comerciais não são incomuns e não devem ser exacerbadas”.

Ele disse que as negociações não haviam caído por terra, dado que ambas as partes concordaram em continuar as suas negociações com Beijing. Apesar dos recentes desenvolvimentos, a cooperação é a melhor escolha para os dois países, acrescentou.

Dong acredita que a China e os EUA têm um grande potencial para cooperação, afirmando que a tarefa importante para ambas as partes é avançar com o diálogo com base na confiança mútua.

Enquanto permanecem cautelosamente otimista sobre os laços comerciais sino-estadunidenses de médio e longo prazo, os analistas apelaram para a criação de medidas em resposta a todas as situações.

O representante do comércio dos EUA, Robert Lighthizer, anunciou na noite de sexta-feira que estava preparando a imposição de tarifas adicionais sobre um valor de $300 bilhões de importações chinesas.

Oficiais do governo chinês reiteraram por várias ocasiões que o país se opõe firmemente a uma guerra comercial, mas que está preparado para essa eventualidade. Em resposta à recente aplicação de tarifas, o Ministério do Comércio prometeu tomar as contramedidas necessárias.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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