Resumo: Destacado potencial de cooperação em agricultura e biotecnologia entre China e Brasil

Fonte: Xinhua    27.04.2019 10h19

Brasília, 25 abr (Xinhua) -- As autoridades brasileiras, representantes do governo e de empresas chinesas, produtores e especialistas participaram nesta quinta-feira do seminário Agro em Questão: China e Brasil - Agricultura e Biotecnologia, realizado na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.

Entre os participantes se destacou a presença do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; do embaixador da China no Brasil, Yang Wanming; do secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, embaixador Orlando Ribeiro e do presidente da CNA, João Martins.

A China é o principal mercado para as exportações agropecuárias brasileiras e destino de 38% das vendas totais do setor, e a relação comercial é crucial para o agro brasileiro e para os consumidores chineses.

Na abertura, o presidente da CNA, João Martins, reafirmou o compromisso dos produtores brasileiros para contribuir à segurança alimentar chinesa.

"O mercado chinês é enorme, com uma população que demanda alimentos em grandes volumes e de alta qualidade, com um poder aquisitivo que aumenta gradativamente. Mais de 700 milhões de pessoas conectadas à internet passam a exigir o que há de mais seguro e saudável no mundo", enfatizou.

"Por outro lado, necessitamos ampliar nossa pauta exportadora para a China, com novos produtos como o melão brasileiro, outras frutas e lácteos", acrescentou Martins.

Nesse contexto, destacou, "a biotecnologia é fundamental para garantirmos essa alta qualidade" e que a agricultura e biotecnologia se aliaram para tornar a produção mais eficiente. Com esta aliança, a engenharia genética permitiu a criação de tecnologias que reduzem perdas com pragas, doenças e clima e aumentam a produtividade nas lavouras.

Desta forma, prosseguiu, a biotecnologia abre caminho para uma "nova revolução da produtividade no campo brasileiro. A China está entre os principais investidores em inteligência artificial e precisamos cooperar e nos aproximar mais nessa área".

Por sua vez, o embaixador Yang Wanming enfatizou que este ano se comemora o 45° aniversario do estabelecimento de relações diplomáticas bilaterais, que se desenvolvem, desde então, com uma perspectiva estratégica.

O comércio do agronegócio registrou um rápido crescimento, disse, desde 2008, a China tem sido o maior destino das exportações de produtos agrícolas brasileiros.

Além disso, assinalou, grandes empresas chinesas de agronegócios estão desenvolvendo projetos no Brasil, com interesse especial na infraestrutura relacionada com a agricultura, sobretudo em portos e ferrovias.

O embaixador acrescentou que o intercâmbio tecnológico também se aprofundou, destacando a criação do Laboratório Brasil-China para Pesquisa Agropecuária, o primeiro do gênero já instalado pela China no exterior.

Segundo o embaixador chinês, é necessário fortalecer a comunicação e os intercâmbios no setor agrícola, fazer para que a cooperação se estenda a toda a cadeia produtiva, além de priorizar a parceria em projetos de infraestrutura de logística.

Em sua apresentação no seminário, o chanceler brasileiro Ernesto Araújo disse que a China pode ter um papel fundamental para o projeto de um Brasil "grande e forte".

"Estamos convencidos de que o agronegócio tem um papel decisivo para colocar o Brasil como uma das grandes potências mundiais", destacou.

"A China pode ter no Brasil um grande parceiro, em um tema fundamental como a segurança alimentar, enquanto para o Brasil, a China é importante para o crescimento de toda sua economia, para nosso projeto de um Brasil grande e forte", afirmou.

Segundo o chanceler, "é fundamental que a China seja uma parte decisiva nessa equação que estamos tentando implementar" e que o país asiático tem um papel importante para o Brasil "em todas as dimensões".

Araujo disse que a chancelaria criou este ano um Departamento de Agronegócio e que está dando mais prioridade ao setor dentro da Agência Brasileira de Exportações (Apex-Brasil).

Araújo lembrou que a demanda mundial por alimentos crescerá 70% até 2050 e grande parte dessa demanda virá da China, enfatizando que a biotecnologia será fundamental para aumentar a produtividade de forma sustentável e garantir o fornecimento de alimentos.

"O fomento na biotecnologia será uma ferramenta crucial para reduzir os custos e atender à demanda, além de mitigar os impactos ambientais", declarou Araújo, destacando o crescimento da produtividade com o uso de produtos derivados da biotecnologia, como as sementes transgênicas de soja, milho e algodão.

Em sua palestra, o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, embaixador Orlando Ribeiro, recordou que no ano passado o Brasil exportou para a China US$ 86 bilhões e que o país asiático é o principal destino da soja, das carnes bovina e suína e do milho brasileiros.

Ribeiro concordou que a biotecnologia é um tema caro à administração Bolsonaro, assim como a importância dada a uma cultura sustentável.

Ele disse também que, do ponto de vista brasileiro, é importante acelerar a aprovação do uso de novos desenvolvimentos em novas tecnologias agro, que poderiam melhorar a produtividade e reduzir o uso de defensivos agrícolas, entre outros benefícios.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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