Rio de Janeiro, 31 mar (Xinhua) -- O presidente brasileiro,Jair Bolsonaro, anunciou domingo a instalação de um escritório comercial do país em Jerusalém, em vez de transferir a embaixada do Brasil para a cidade, como tinha prometido anteriormente.
Bolsonaro, que chegou domingo a Israel para uma visita oficial, reuniu-se em Tel Aviv com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para assinar vários acordos bilaterais, anunciou após o encontro que Brasil abrirá um escritório em Jerusalém, encarregado da promoção do comércio, investimentos, tecnologia e inovação entre os dois países, subordinado à embaixada do país em Tel Aviv.
"Nosso casamento no dia de hoje trará muitos benefícios aos nossos povos. Estou muito feliz. Peço a Deus que continue nos iluminando para tomar muitas decisões", complementou o presidente, concluindo a declaração dizendo, em hebraico, "eu amo Israel".
Após ganhar as eleições presidenciais em outubro passado, Bolsonaro defendeu em várias ocasiões a transferência da embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, seguindo os passos dos Estados Unidos.
A declaração provocou uma reação negativa dos países árabes, que ameaçaram com um boicote às exportações brasileiras, e também de produtores nacionais, o que fez Bolsonaro levar em conta apelos da equipe econômica e do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno e recuar da ideia, optando por abrir o escritório comercial.
"Agora há pouco, tomamos a decisão final, ouvindo o nosso general Augusto Heleno, de abrir, em Jerusalém, um escritório de negócios voltado para ciência, tecnologia e inovação", disse o presidente em declarações a imprensa, divulgadas pelos meios brasileiros.
Em discurso após chegar a Tel Aviv, Bolsonaro afirmou que o Brasil voltou a dar "um tratamento equilibrado nas questões relativas ao Oriente Médio" e acrescentou que seu governo está "firmemente decidido a fortalecer a união entre Brasil e Israel".
Esta é a terceira viagem oficial de Bolsonaro, que já visitou Chile e Estados Unidos, desde que assumiu a Presidência em janeiro passado. A previsão é que durante a visita Brasil e Israel assinem acordos nas áreas de saúde, tecnologia, aviação, agricultura, energia e segurança.
O presidente viajou acompanhado do chanceler Ernesto Araújo, do ministro de Minas e Emergia, Bento Albuquerque, o ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, e do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.