BOAO,Hainan,28 de mar (Diário do Povo Online) - A China tomou passos concretos em reformas orientadas para o mercado, com base nas regras da OMC, de acordo com Zhou Xiaochuan, ex-governador do Banco Popular da China, o banco central, na quarta-feira.
Desde que a China se juntou à OMC em 2001, o país cortou substancialmente os subsídios governamentais e tarifas, tornando o sistema de preços doméstico mais adaptado aos padrões internacionais, disse Zhou, vice-presidente do Fórum Boao para a Ásia, que arranca oficialmente na quinta-feira.
No passado, havia muitas distorções no sistema de preços da China, por isso o governo teve de dar subsídios a algumas empresas, explica Zhou. Mas esses subsídios foram “basicamente já eliminados” com o aprofundamento das reformas no país.
Alguns subsídios permanecem nos setores da eletricidade e do gás natural. “Mas não como muitas pessoas dizem - que o governo chinês e o sistema bancário têm subsídios sistêmicos para apoiar as empresas estatais. Essa já não é a situação”.
Zhou acrescentou que, à medida que as reformas orientadas para o mercado da China levam anos a completar, há ainda algumas distorções no mercado chinês.
“Este tipo de distorções irão gradualmente desaparecer”, constata, acrescentando que o governo chinês está comprometido com a aceleração da implementação de reformas.
Zhou deixou também o apelo para o reforço da comunicação da China com o mundo para acabar com mal-entendidos.
É importante para a China enfrentar críticas externas, segundo Zhou. “Algumas delas, penso eu, são muito úteis para a China tomar decisões resolutas para a aceleração de reformas domésticas”.
Zhou salientou ainda a importância de acelerar a reforma da OMC para facilitar o comércio global justo. Ele acredita que a questão será provavelmente amplamente discutida na cúpula do G20 deste ano, a ter lugar em Osaka, no Japão, em junho, com líderes de 19 países e a União Europeia a se reunirem para discutir tópicos econômicos e financeiros fundamentais.
“Há uma discrepância crescente no comércio global. Devemos aderir sinceramente à reforma da OMC”, asseverou.