Itália irá devolver relíquias culturais chinesas

Fonte: Diário do Povo Online    25.03.2019 10h30

Alberto Bonisoli, o ministro da Herança Cultural e Atividades, examina as relíquias que serão devolvidas à China durante a cerimônia de assinatura do acordo para o efeito, no sábado, em Roma, Itália.

ROMA,24 de mar (Diário do Povo Online) -Testemunhado pelo presidente Xi Jinping e pelo primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte, o ministro da Herança Cultural e Atividades da Itália, bem como o ministro da Cultura e do Turismo da China assinaram um acordo no sábado, em Roma, que prevê a devolução de 796 conjuntos de relíquias culturais chinesas à China.

A repatriação, que consiste no maior número de relíquias culturais devolvidas à China nas últimas duas décadas, é sintomática da comunicação e cooperação mutuamente benéfica entre estes dois países distantes, de acordo com a Administração Cultural Nacional da China (NCHA, na sigla inglesa).

“Hoje é um dia marcante, 796 conjuntos de relíquias culturais chinesas serão devolvidas ao povo chinês”, disse Alberto Bonisoli, ministro da Herança Cultural e Atividades, à agência de notícias Xinhua.

Após o anúncio do acordo com a Itália ter sido divulgado no Sina Weibo, rapidamente se tornou um tópico popular, com mais de 47,000 curtidas e 4,800 partilhas.

“Muito obrigado! Irei comer tanta pasta quanto conseguir”, disse o internauta “Komabeauty”. “A Itália será o meu primeiro destino quando viajar para fora”, disse outro.

“Bem-vindas de volta! É essencial proteger as nossas relíquias culturais para ter um projeto de nação forte”, elogiou um outro internauta.

“É realmente emocionante, estou até comovido”, escreveu o internauta Kalliope.

Muitas das relíquias descobertas em Itália foram originalmente retiradas das províncias chinesas de Shaanxi, Shanxi, Henan e Jiangsu, compreendendo um período desde o neolítico até à República da China, refere a NCHA.

Estas relíquias são de grande valor histórico, arqueológico, cultural e estético.

Entre o espólio consta um vasto leque de cerâmica do neolítico, que pode abrir uma janela direta para compreender as técnicas utilizadas no noroeste da China há milhares de anos. Figuras de terracota das dinastias Han (206AC-AD220), Tang (618-907) e Ming (1368-1644) são também recursos valiosos para estudar as vidas materiais e espirituais das populações da China antiga.

A viagem de volta a casa não tem sido fácil.

De acordo com a NCHA, as peças voltaram à ribalta em 2007, quando as autoridades italianas apreenderam um grande número de relíquias culturais e obras de arte suspeitas de serem traficadas ilegalmente. Ao tomar conhecimento da descoberta, a NCHA contactou imediatamente a sua homóloga italiana, no sentido de trabalhar para reaver as peças.

Após mais de 10 anos de negociações, os tribunais italianos decretaram que o espólio seria devolvido à China.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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