BEIJING,21 de mar (Diário do Povo Online) - “O ciclone Idai é uma das piores catástrofes naturais que atingiu a África”, de acordo com declarações de um porta-voz da ONU na quarta-feira.
Farhan Haq, vice-porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apresentou um tenebroso relatório da destruição deixada pelo ciclone que atingiu partes do Malawi, Moçambique e Zimbábue.
"O que queremos é ressaltar a gravidade da crise" disse Haq. “Esta pode ser uma das piores catástrofes nacionais que o sul de África já experienciou e muita coisa terá de ser feita", asseverou.
Ele afirmou que as necessidades do país ainda não foram determinadas "em vista do nível do dano, que tornou a cidade inacessível”.
"Os nossos colegas do serviço comunitário informaram que o chefe de ações humanitárias da ONU, Mark Lowcock, disponibilizou 20 milhões de dólares do Fundo de Emergências Central da ONU, a fim de complementar os esforços dos governos de Moçambique, Zimbábue e Malawi, para prestar assistência às comunidades atingidas," disse Haq.
"Lowcock observou que o valor oferecido pode ser insuficiente para responder ao expectável aumento da necessidade de ajuda, e apelou à urgência de doações ", disse o porta-voz.
No Malawi, quase 1 milhão de pessoas foram afetadas, tendo sido registradas 56 mortes e 577 ferimentos, segundo o gabinete das Nações Unidas para a coordenação de assuntos humanitários. Estima-se que mais de 82.700 pessoas terão de ser relocadas.
Em Moçambique, fontes governamentais confirmaram pelo menos 202 mortes. O número deverá aumentar, segundo Haq. Cerca de 260 mil crianças foram afetadas, segundo a UNICEF, o fundo infantil das Nações Unidas.
"No Zimbábue, pelo menos 102 mortes e mais de 200 feridos foram registrados. Foram reportadas mais de 200 pessoas desaparecidas", disse Haq. "Foram abastecidos caminhões para o fornecimento de abrigos, comida, água e itens de higiene. Mais mantimentos serão distribuídos em outras áreas".
O programa alimentar mundial procedeu à triagem de estoques de alimentos prontos para remessa e outras agências estão mobilizando recursos, especialmente em matérias de saúde e intervenções de saneamento, segundo o porta-voz.