Beijing, 21 mar (Xinhua) -- O presidente chinês Xi Jinping fará visitas de Estado à Itália, Mônaco e França de 21 a 26 de março para consolidar a amizade consagrada pelo tempo, promover a cooperação prática e defender o multilateralismo.
A viagem à Europa, a primeira ao exterior de Xi este ano, deve injetar ímpeto fresco para a parceria estratégica abrangente China-União Europeia (UE) e criar novas oportunidades para impulsionar a estabilidade e prosperidade mundial.
APROFUNDAR A AMIZADE
A amizade China-Itália data de dois mil anos atrás. Na Idade Média, o famoso explorador Marco Polo viajou para o Oriente via antiga Rota da Seda e promoveu o entendimento entre a China e a Europa.
Nos últimos anos, as relações bilaterais ganharam dinâmica inspiradora, foram impulsionadas por esforços como o Plano de Ação para a Cooperação China-Itália 2017-2020, a Câmara de Comércio Itália-China e Semana de Ciência, Tecnologia e Inovação China-Itália.
Os dois países também testemunharam frequentes intercâmbios de alto nível. O presidente italiano Sergio Mattarella realizou uma visita de Estado à China em fevereiro de 2017, seguido pelo então primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, três meses mais tarde, que participou do primeiro Fórum do Cinturão e Rota para a Cooperação Internacional em Beijing.
Como a China e a Itália celebram o 15º aniversário de sua parceria estratégica abrangente este ano e o 50º aniversário de suas relações diplomáticas em 2020, a visita de Xi atrai grande atenção da sociedade italiana.
Durante sua viagem à Itália, Xi conversará com o presidente Mattarella e o primeiro-ministro Giuseppe Conte, e se reunirá com os presidentes do Senado da República e da Câmara dos Deputados do país. Os dois lados trocarão opiniões profundas sobre as relações China-Itália e China-UE, assim como questões internacionais e regionais de interesse mútuo. O presidente Xi e o primeiro-ministro Conte também presenciarão juntos a assinatura de diversos documentos de cooperação intergovernamentais e acordos comerciais.
Mônaco é a segunda escala da viagem do líder chinês. O país mediterrâneo tem um charme único graças à sua arquitetura da Idade Média, indústrias de serviços dinâmicos, corrida do Campeonato Mundial de Fórmula 1 e ao Festival Internacional do Circo de Monte Carlo.
O príncipe Albert II, chefe de Estado do principado, visitou a China dez vezes. Como membro do Comitê Olímpico Internacional (COI), ele sempre foi um apoiador ativo da causa olímpica da China.
Em entrevista à Xinhua, o príncipe disse que a visita de Xi demonstra a posição de longa data da China para manter relações com outros países, sejam eles pequenos ou grandes.
Xi realizará conversas com o príncipe Albert II durante sua visita a Mônaco e eles trocarão opiniões sobre assuntos como política, economia, humanidades e proteção ambiental, e abrirão juntos uma nova época das relações China-Mônaco.
Enquanto China e Mônaco estabeleceram um modelo de amizade e desenvolvimento comum entre países de tamanhos diferentes, China e França fornecem ao mundo um modelo de amizade com características de respeito mútuo e cooperação de ganhos recíprocos entre grandes países.
A França foi o primeiro importante país no Ocidente a criar uma parceria estratégica abrangente com a China. A visita do presidente chinês coincide com o 55º aniversário das relações diplomáticas bilaterais e o 15º aniversário da parceria estratégica abrangente.
Durante sua viagem à França, Xi conversará com o presidente Emmanuel Macron, se reunirá com o primeiro-ministro Édouard Philippe, com os presidentes do Senado e da Assembleia Nacional.
Os líderes dos dois países intercambiarão opiniões profundas sobre as relações China-França e China-UE e sobre as questões internacionais e regionais de interesse comum, e testemunharão a assinatura de uma série de acordos de cooperação.
"É o 55º aniversário de nossas relações", disse à Xinhua o ex-primeiro-ministro francês, Jean-Pierre Raffarin, em uma entrevista recente. "Muitos eventos tornarão este ano produtivo."
ALCANÇAR BENEFÍCIO MÚTUO
Durante a primeira Exposição Internacional de Importação da China (CIIE), na cidade chinesa de Shanghai no ano passado, bifes bovinos da França foram muito bem recebidos pelos visitantes.
Na realidade, um número crescente de companhias europeias está desfrutando das oportunidades e benefícios criados por uma maior abertura da China.
O comércio entre a China e a Itália atingiu o recorde de US$ 54,2 bilhões em 2018 e o volume entre a China e a França ultrapassou US$ 60 bilhões.
"Apesar das incertezas crescentes no comércio mundial, o comércio entre a China e a Europa continua a desfrutar de boa dinâmica, mostrando que a cooperação entre o país asiático e o continente europeu tem sólido fundamento e grande potencial", apontou Cui Hongjian, chefe do Departamento para Estudos Europeus do Instituto Chinês para Estudos Internacionais (CIIS), um think tank.
Enquanto isso, a Iniciativa do Cinturão e Rota proposta pela China vem sendo abraçada cada dia mais pelos países europeus, que já se beneficiaram das oportunidades oferecidas por ela.
O Senado francês emitiu um relatório de avaliação em junho do ano passado sobre o Cinturão e Rota, pedindo ao país que desempenhasse um papel ativo na construção da Iniciativa. Em outubro, o Ministério de Economia e Finanças da Itália lançou uma força-tarefa na China, pretendendo promover a cooperação econômica e comercial com o país asiático dentro do quadro do Cinturão e Rota.
Giuseppe Conte revelou que está disposto a participar do segundo Fórum do Cinturão e Rota para a Cooperação Internacional marcado para abril em Beijing, acrescentando que vê a Iniciativa como uma oportunidade para a Itália e para a Europa.
DEFENDER A ORDEM INTERNACIONAL
Este ano é o sexto consecutivo que Xi Jinping visita a Europa. Isso mostra que a China considera o continente como um importante parceiro e uma prioridade da política externa. Com diálogo estratégico e cooperação dinâmica, os dois lados estão promovendo estavelmente as parcerias China-UE para a paz, crescimento, reforma e a civilização.
O vice-presidente executivo do CIIS, Ruan Zongze, comentou que tanto Itália quanto França são membros do Grupo dos Sete e importantes nações da UE, enquanto Mônaco é um dos países europeus mais amigáveis com a China. Ele acrescentou que a visita do presidente chinês a três países da Europa impulsionará a parceria estratégica abrangente China-UE em todos os aspectos.
O mundo está passando por grandes mudanças não vistas em um século. A China e a Europa compartilham interesses comuns em apoiar o multilateralismo e rejeitar o unilateralismo e protecionismo. Na 20ª reunião dos líderes China-UE em julho, os líderes de ambos os lados reiteraram seu apoio ao multilateralismo e à ordem internacional baseada em regras com as Nações Unidas em seu núcleo.
Como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a China e a França estão liderando o mundo para lidar com o desafio da mudança climática. Ambas estão totalmente comprometidas com a implementação do acordo do clima de Paris 2015. Os dois países também executaram o programa Ano do Meio Ambiente China-França.
Para o ex-primeiro-ministro francês, Jean-Pierre Raffarin, França e China concordam em termos de opinião sobre o mundo e são obrigadas a segurar a bandeira do multilateralismo.
Os dois países devem trabalhar em uma solução para a governança mundial e para resolução de disputas para tornar a cooperação palavra-chave para o século 21, acrescentou ele.