Por Beatriz Cunha
A violência de gênero não é novidade no mundo. Muitos são os movimentos e grupos que realizam manifestações em prol da igualdade de direitos entre homens e mulheres. Após um ano do assassinato de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, feminista e defesora dos direitos humanos, as investigações avançam e alguns suspeitos são apontados.
Por ser mulher, negra e defender o direito das minorias, Marielle Franco ganhou a simpatia de muitos, tendo sido uma das cinco mais votadas para o cargo de vereador. Após sua morte, em 14 de março do ano passado, a comoção pública foi assinalável.
Desde então diversas são as manifestações que a enaltecem como símbolo da luta pela defesa dos direitos humanos. O rosto de Marielle Franco foi estampado em várias partes do mundo, e em sua cidade, foi retratado também por Malala Yousefzai, a paquistanesa que ficou conhecida pelo pseudónimo masculino “Gul Makai”, e que defende o direito das mulheres à educação.
Malala esteve na favela em 11 de julho do ano passado a convite da Rede Nami. Criada por Panmela Castro, a rede já expôs obras pelo mundo todo. No Brasil treina e qualifica profissionalmente mulheres a recorrerem ao grafite como meio de expressão em prol de causas feministas.
A Rede Nami, assim chamada em vista da inversão das sílabas da gíria “mina” - que provém da palavra “menina” e, por exensão, se refere à mulher - tem como foco principal expor nos muros da cidade a beleza, a vulnerabilidade e o sofrimento causado pela violência doméstica contra as mulheres.
A luta das mulheres pretende colocar um fim à impunidade para os agressores - especialmente para que deixe de haver um espaço propício para a continuação de ações que vitimizam as mulheres.
A morte de Marielle exemplifica que justiça e as leis precisam ainda ser revisadas, estando na base de uma maior comoção por essa causa e de uma maior unificação dos movimentos já existentes no Rio de Janeiro.