Bolsonaro exonera ministro da Secretaria-Geral da Presidência do Brasil

Fonte: Xinhua    19.02.2019 14h36

Brasília, 18 fev (Xinhua) -- O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, demitiu nesta segunda-feira o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, na primeira baixa do governo iniciado em 1º de janeiro passado.

O porta-voz da presidência, Otávio Rego Barros anunciou a demissão em uma breve declaração no Palácio do Planalto.

"O excelentíssimo senhor presidente da República Jair Messias Bolsonaro decidiu exonerar nesta data, do cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, o senhor Gustavo Bebianno Rocha. O senhor presidente da República agradece sua dedicação à frente da pasta e deseja sucesso em sua nova caminhada", declarou o porta-voz.

Segundo Otávio Rêgo Barros, a decisão de Bolsonaro de destituir Bebianno é de "foro íntimo do nosso presidente". Seu sucessor será o atual secretário-executivo da pasta, general Floriano Peixoto.

Logo após o anúncio, a assessoria de imprensa divulgou um vídeo no qual Bolsonaro fala em "questões mal entendidas" e elogia Bebianno por seu trabalho de coordenador de sua campanha eleitoral.

"Avalio que pode ter havido incompreensões e questões mal entendidas de parte a parte, não sendo adequado pré-julgamento de qualquer natureza. Tenho que reconhecer a dedicação e comprometimento do senhor Gustavo Bebianno à frente da coordenação da campanha eleitoral em 2018. Seu trabalho foi importante para o nosso êxito", afirmou o presidente no vídeo.

Segundo os meios locais, antes de exonerar Bebianno, Bolsonaro teria lhe oferecido um posto na diretoria na Hidrelétrica de Itaipu, com salario muito superior ao de ministro, que ele recusou, e um posto na embaixada brasileira em Roma, também recusado.

A saída de Bebianno é consequência de uma crise desencadeada quarta-feira passada, depois que Carlos Bolsonaro, um dos filhos do presidente, acusou o ministro de "mentiroso" por ter dito que manteve conversas com Bolsonaro durante seu período de convalescença em um hospital de São Paulo após uma cirurgia abdominal.

O desmentido de Carlos através do Twitter foi endossado pelo próprio presidente em uma entrevista a um canal de televisão, o que fez com que se calculasse que demitiria Bebianno em seguida, algo que gerou apreensão em alguns círculos do governo e nos meios políticos.

A decisão de demitir Bebianno foi tomada após denuncias da imprensa apontando que ele, que assumiu a presidência do Partido Social Liberal (PSL) durante a campanha eleitoral, teria autorizado o repasse de grandes verbas do fundo partidário para candidatos de fachada da sigla em alguns estados do país.

Uma dessas candidatas, Maria de Lourdes Paixão, concorreu ao cargo de deputada federal por Pernambuco, recebeu R$ 400 mil, sendo a terceira maior beneficiada com verba do partido de Bolsonaro em todo o país, mas obteve só 274 votos.

O agora ex-ministro nega e afirma que a distribuição das verbas foi realizada pelos diretórios regionais do partido.

Outro ministro, Marcelo Álvaro Antônio, do Turismo, também é suspeito de apoiar candidaturas de fachada quando esteve à frente do PSL em Minas Gerais, mas ao ser perguntado pelos jornalistas se ele também seria exonerado o porta-voz Rego Barros disse que "as decisões em relação à exoneração e nomeação de ministros são de responsabilidade de nosso presidente. Não me cabe avançar em suposições".

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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