Washington, 9 de jan (Xinhua) -- O crescimento econômico global deve cair para 2,9% em 2019, ante 3% em 2018 em meio a crescentes riscos de queda, informou o Banco Mundial nesta terça-feira.
Em seu recém-divulgado relatório Global Economic Prospects, a instituição diz que as perspectivas para a economia global "escureceram" à medida que as condições globais de financiamento se intensificaram, as tensões comerciais "se intensificaram" e algumas economias emergentes e grandes mercados emergentes experimentaram estresse do mercado.
"Diante desses ventos contrários, a recuperação dos mercados emergentes e das economias em desenvolvimento perdeu força", aponta o relatório, prevendo que os mercados emergentes e os países em desenvolvimento cresçam 4,2% em 2019, 0,5 ponto percentual abaixo da previsão em junho.
Estima-se que o crescimento nas economias avançadas diminua para 2% em 2019, de 2,2% em 2018, já que os principais bancos centrais continuam a suspender a acomodação da política monetária, de acordo com o relatório.
"Os riscos de queda tornaram-se mais agudos e incluem a possibilidade de movimentos desordenados do mercado financeiro e uma escalada de disputas comerciais", destaca o relatório, alertando que a intensificação das tensões comerciais poderia resultar em um crescimento global mais fraco e perturbar cadeias de valor interconectadas.
O relatório estima que o crescimento econômico da China diminuirá para 6,2% em 2019, em relação a 6,5% em 2018, à medida que o reequilíbrio interno e externo continua.
"As autoridades chinesas mudaram para políticas monetárias e fiscais mais frouxas em resposta a um ambiente externo mais desafiador...espera-se que essas medidas de política compensem amplamente o impacto negativo direto de tarifas mais altas sobre as exportações da China", salienta o texto.
"No início de 2018, a economia global estava disparando em todos os cilindros, mas perdeu velocidade durante o ano e a corrida pode ficar ainda mais irregular no ano que vem", avaliou Kristalina Georgieva, presidente-executiva do Banco Mundial, em comunicado.
"À medida que os obstáculos econômicos e financeiros se intensificam para os países emergentes e em desenvolvimento, o progresso mundial na redução da pobreza extrema pode ser comprometido", disse ela.