Cingapura, 15 nov (Xinhua) -- A China e a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês) adotaram nesta quarta-feira um documento chave para projetar o curso de seus laços daqui até 2030.

A Visão da Parceria Estratégica 2030 China-ASEAN foi aprovada durante a 21ª reunião dos líderes China-ASEAN (10+1) realizada em Cingapura.

Na 20ª reunião em 2017, realizada em Manila, capital das Filipinas, a China e a ASEAN concordaram em emitir um plano sobre seus laços futuros e contribuir para a construção de um mundo aberto, inclusivo e sustentável que desfrute de paz, segurança e prosperidade comum.

O documento detalha o consenso entre as partes sobre as relações bilaterais em geral e os planos de cooperação política, de segurança, econômica e sociocultural.

Os dois lados expressaram sua firme oposição aos crescentes sentimentos protecionistas e antiglobalização e reafirmaram que o comércio e o investimento internacionais são importantes motores para alcançar o crescimento econômico sustentável, reduzir a desigualdade social e assegurar uma melhor vida para as pessoas.

A China e a ASEAN deram boas-vindas ao forte, rápido e constante crescimento do comércio, investimento e turismo entre as duas partes, segundo o texto.

Ambas concordaram em realizar até 2020 o objetivo de atingir um volume de comércio bidirecional de US$ 1 trilhão e um investimento de US$ 150 bilhões. Também esperam obter mais resultados frutíferos do comércio e investimento até 2030.

O projeto também reafirma o compromisso da China e ASEAN de acelerar as negociações sobre a Associação Econômica Regional Integral (RCEP, na sigla em inglês) e de trabalhar para a rápida conclusão e adoção de um substantivo e efetivo Código de Conduta no Mar do Sul da China.

Ao elogiar o documento como um projeto para o desenvolvimento de longo prazo das relações bilaterais, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse na reunião que as duas partes, sob a guia da visão, devem criar sinergia entre a Iniciativa do Cinturão e Rota e a Visão 2025 da ASEAN, e fortalecer a construção dos três pilares, que são a segurança política, a economia e o comércio e os intercâmbios entre povos, para elevar as relações China-ASEAN para um nível superior.

Ao copresidir a reunião junto com Li, o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong, cujo país ocupa a presidência rotativa da ASEAN este ano, enfatizou em seu discurso que a visão traçará a direção futura da parceria estratégica ASEAN-China.

Lee destacou que ambas compartilham uma relação forte, substancial e mutuamente benéfica e que suas relações econômicas bilaterais são "robustas".

A China tem sido a principal parceira comercial da ASEAN durante anos contínuos e o atualizado acordo de livre comércio bilateral abrirá novas oportunidades para os negócios e aumentará mais o comércio bidirecional, acrescentou.

Este ano marca o 15º aniversário do estabelecimento da Parceria Estratégica China-ASEAN. A China prometeu que a ASEAN é uma prioridade na sua diplomacia e que apoiará a construção da Comunidade da ASEAN e sua centralidade na cooperação regional no Leste Asiático.

Estabelecida em 1967, a ASEAN agrupa Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Filipinas, Cingapura, Tailândia e Vietnã.