Campanha defende o reconhecimento do contributo chinês na vitória aliada na Primeira Guerra Mundial

Fonte: Diário do Povo Online    12.11.2018 15h31

LONDRES, 12 de nov (Diário do Povo Online) - Com as comemorações europeias do centenário do final da Primeira Guerra Mundial, é agora a altura certa para o Reino Unido reconhecer devidamente o contributo dos trabalhadores chineses, segundo o mote de uma campanha a decorrer.

Steve Lau, líder da campanha “Assegurando que nos Lembramos”, intercede a favor de um memorial permanente no Reino Unido, dedicado ao Corpo de Trabalhadores Chineses.

Durante uma entrevista escrita, Lau refere que o propósito do memorial é atribuir aos trabalhadores chineses a mesma dignidade que os restantes participantes no conflito.

Estima-se que 100.000 voluntários chineses foram recrutados pelos ingleses para o Corpo de Trabalhadores Chineses, tendo estes sido posteriormente transportados para a frente ocidental para apoiar os aliados. Cerca de 40.000 outros voluntários chineses serviram juntamente com as forças francesas.

Vários líderes mundiais se reuniram no domingo de manhã no Arco do Triunfo, em Paris, para assinalar o dia do armistício.

Apesar das perdas severas – as estimativas apontam para as dezenas de milhar – devido à guerra e às condições duras, o contributo dos trabalhadores chineses, muitas vezes vítimas de termos derrogatórios, tem sido frequentemente menosprezado ou relegado para segundo plano na história.

“Acho que é altura dos ingleses honrarem a sua promessa para com os chineses”, disse Lau em relação ao compromisso britânico de atribuir a devida importância à ajuda prestada pela China. “Não acredito que os chineses devam ser tratados melhor ou pior do que qualquer outro grupo, mas em pé de igualdade. Não devem ser menosprezados. Infelizmente, essa tem sido a tendência já há bastante tempo”.

Há ainda uma grande margem para a investigação no que concerne à participação chinesa na guerra, disse.

Em um dos episódios do conflito, houve cerca de 3,000 marinheiros chineses na guerra que chegaram ao Reino Unido em navios então requisitados pelo exército, mas que não tiveram qualquer barco para trabalhar, mencionou Lau.

Estes homens trabalharam em fábricas de munições, construindo muitos dos aeródromos da época, bem como uma muralha anti-inundação, construída em Orford Ness, ainda hoje conhecida por “muralha chinesa”. Não há quaisquer pesquisas publicadas sobre estes homens, prossegue.

“É também pertinente relembrar ao povo britânico que a China foi um amigo e aliado em ambas guerras, e que tal amizade permanece nos dias de hoje”, frisa Lau.

Um memorial em honra dos trabalhadores chineses deverá ser erigido no Reino Unido, estando atualmente em construção na China, concluiu. 

(Web editor: Chen Ying, editor)

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