(Foto/sh.chinanews.com)
SHANGHAI, 17 de out (Diário do Povo Online) - Agora é possível fazer o check-in automaticamente no aeroporto de Hongqiao, em Shanghai, usando a tecnologia de reconhecimento facial. Tal faz parte de um ambicioso programa de sistemas de reconhecimento facial na China, que tem levantado algumas preocupações com a privacidade.
O Aeroporto Internacional de Hongqiao instalou quiosques de auto atendimento para check-in de voos e bagagens, verificação de segurança e embarque através da tecnologia de reconhecimento facial, de acordo com a Administração de Aviação Civil da China.
Esforços similares estão sendo postos em prática nos aeroportos de Beijing e Nanyang, na província de Henan, no centro da China.
Muitos aeroportos na China já usam o reconhecimento facial para ajudar a acelerar as verificações de segurança, contudo, o sistema de Shanghai, inaugurado na segunda-feira, está sendo anunciado como o primeiro a ser totalmente automatizado.
"É a primeira vez na China que todo o processo de check-in é automatizado", afirmou Zhang Zheng, gerente geral do departamento de serviços terrestres da Spring Airlines, a primeira companhia aérea a adotar o sistema no aeroporto de Hongqiao. Atualmente, apenas titulares do cartão de identidade chinesa podem usar a tecnologia.
A Spring Airlines informou na terça-feira que os passageiros reagiram bem ao check-in automatizado, com 87% dos utilizadores da companhia a usar os balcões de auto atendimento na segunda-feira, reduzindo, deste modo, o tempo de check-in para menos de um minuto e meio.
Na China, o reconhecimento facial está cada vez mais presente no quotidiano dos cidadãos. A polícia do continente usa sistemas de reconhecimento facial para identificar cidadãos em multidões, e está trabalhando para desenvolver um sistema nacional integrado de dados de câmaras de vigilância.
Há já vários relatos noticiados na mídia chinesa: uma loja da cadeia KFC em Hangzhou, onde é possível pagar usando a tecnologia de reconhecimento facial; uma escola que usa câmaras de reconhecimento facial para monitorar as reações dos alunos em sala de aula; e centenas de ATMs em Macau equipados com dispositivos de reconhecimento facial para conter a lavagem de dinheiro.
Mas o aumento da conveniência pode ter um custo, visto que o país conta ainda com pouca regulamentação sobre a utilização de dados biométricos.
"As autoridades estão usando a inteligência artificial e biométrica para registrar e rastrear pessoas para fins de controle social", disse Maya Wang, pesquisador sênior da Human Rights Watch na China. "Estamos preocupados com a crescente integração e uso de tecnologias de reconhecimento facial em todo o país porque fornece cada vez mais dados para as autoridades rastrearem as pessoas".