A China tomará as medidas necessárias para salvaguardar resolutamente os seus direitos e interesses, reforçou ontem a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, depois que os Estados Unidos anunciaram uma lista de tarifas de 200 bilhões de dólares aplicadas sobre alguns produtos chineses.

"Esta é uma guerra entre o unilateralismo e o multilateralismo, entre o protecionismo e o livre comércio, entre o poder e as regras", disse Hua. "A China trabalhará com a comunidade internacional para salvaguardar conjuntamente o sistema multilateral do comércio e as suas respetivas regras ".

De fato, a guerra comercial lançada pelos EUA causou já preocupações por parte da comunidade internacional. A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, o presidente da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo, o ex-presidente da Reserva Federal dos EUA, Alan Greenspan, e o presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, expressaram a sua preocupação ou advertiram sobre as consequências das ações dos EUA.

Manter a antiquada mentalidade de “soma zero” e lançar uma guerra comercial intencionalmente não só prejudica os interesses das duas partes diretamente envolvidas, mas também de outras na cadeia industrial global, não havendo vencedores, disse Hua.

Cerca de 40% dos produtos de exportação chineses e dois terços de seus produtos de alta tecnologia para exportação são feitos por empresas estrangeiras na China, segundo Hua.

"Os EUA não estão apenas abrindo fogo para o mundo inteiro, mas também atirando contra si mesmos", reiterou. "Fontes competentes dos círculos econômicos mundiais disseram que o comportamento irracional dos EUA é perigoso, prejudica o próprio país e os outros e está desacreditado".

Hua apelou à comunidade internacional que rejeite o unilateralismo, se oponha ao protecionismo e salvaguarde o sistema multilateral e as regras de livre comércio.