Após enfrentar uma oposição doméstica e internacional generalizada, Donald Trump assinou uma ordem executiva na quarta-feira para pôr fim à prática controversa da sua administração de separar crianças migrantes dos seus pais após atravessarem a fronteira ilegalmente.
Toda esta questão estará relacionada com a postura de “tolerância zero” da administração Trump face à imigração ilegal, estando na base da fúria e da crítica doméstica e internacional nos últimos dias.
“Iremos manter as famílias juntas”, disse Trump na Casa Branca, acrescentando que “não gostava da visão ou dos sentimentos” das famílias separadas.
A ordem de Trump, esboçada pela secretária de segurança nacional Kirstjen Nielsen, ordena o departamento a manter as famílias unidas após estas serem detidas por trespasse ilegal da fronteira.
Mas o presidente disse que a política de “tolerância zero”, segundo a qual qualquer adulto que atravesse a fronteira de forma ilegal será detido e processado, irá continuar.
A pressão sobre Trump aumentou na noite de terça-feira, após oficiais da administração Trump terem alegadamente enviado bebês e outras crianças, forçadamente separadas das suas famílias na fronteira EUA-México, para pelo menos três abrigos para crianças no estado do Texas.
O presidente afirmara que a crise das separações familiares não poderia ser resolvida por uma ordem executiva e insistiu que as administrações anteriores, Democratas e o Congresso, deveriam ser os culpados pela situação.
Os democratas entretanto disseram que a situação é da responsabilidade de Trump, tendo acusado o atual presidente de usar crianças como alavanca para os forçar a negociar sobre a questão da imigração e da muralha há muito ambicionada por Trump.
De acordo com o departamento de segurança nacional, cerca de 2,000 crianças foram separadas das suas famílias após atravessarem ilegalmente a fronteira em abril e maio.
Trump anunciou o seu objetivo de assinar a ordem na Casa Branca no início do dia, mas reiterou a sua postura inabalável relativamente à imigração e segurança na fronteira.
“Iremos manter as famílias juntas mas temos que manter as nossas fronteiras sólidas”, disse Trump. “Temos que manter a rigidez ou o nosso país será invadido por pessoas, crime e por todas as coisas pelas quais não pugnamos e não queremos”.
Trump anunciou que faria “algo que será, de certa forma, preventivo, mas que acabará por ser correspondido pela legislação”, numa altura em que os legisladores se debatem para encontrar terreno comum em soluções legislativas para as separações familiares.
Paul Ryan, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, disse que a câmara iria votar sobre a legislação para a imigração que irá pôr termo às separações familiares na quinta-feira.