Cada vez mais graduados universitários da China estão optando por cidades de segundo escalão, de acordo com o Relatório Anual de Emprego dos Graduados Universitários publicado nesta segunda-feira.
O relatório revelou que 22,3% dos graduados no ano passado escolheram trabalhar em cidades de primeiro escalão, como Beijing, Shanghai, Guangzhou e Shenzhen, uma diminuição de 1,3% em relação a 2016 e 5,9% comparativamente a 2013.
Em 2017, 21,7% dos graduados universitários optaram por deixar as cidades de quinto escalão depois de lá trabalharem por três anos, um aumento de 2,5% em relação a 2016 e de 8% em relação a 2015.
O relatório também informou que as principais cidades de segundo nível estão atraindo mais graduados.
Cerca de 35,6% dos graduados universitários que optaram por trabalhar em uma das 10 melhores cidades de segundo escalão, como Hangzhou, Chengdu e Wuhan, eram de outras regiões, um aumento de 3,6% em relação ao ano anterior.
O relatório, o décimo de seu tipo, foi baseado em uma pesquisa com 306 mil graduados de 30 províncias e regiões, e foi divulgado pelo MyCOS, um instituto de consultoria e pesquisa educacional em Beijing.
Wang Boqing, fundador do MyCOS, disse que as grandes populações, o congestionamento do tráfego, a poluição atmosférica, o aumento dos preços dos imóveis e a grande dificuldade na obtenção de residência permanente, ou hukou, aumentaram a pressão para os graduados universitários nas cidades de primeiro escalão, dando às cidades de segundo escalão uma oportunidade para atrair trabalhadores talentosos.
As cidades de segundo escalão lançaram uma série de políticas de benefícios para atrair graduados universitários, que incluem tratamento preferencial para obtenção do hukou, bem como subsídios de habitação e do governo, explicou Wang.
Em um esforço para atrair mais talentos para a cidade, a cidade de Wuhan, na província de Hubei, tem planejado a construção de habitações a preços acessíveis para os graduados, e permite que os graduados comprem ou aluguem apartamentos com um desconto de pelo menos 20% do preço de mercado.
Chu Zhaohui, pesquisador sênior do Instituto Nacional de Ciências da Educação alertou que, no entanto, tais cidades devem ter em atenção que o bem-estar, a habitação e o dinheiro poderão apenas atrair pessoas em um curto espaço de tempo.
"Os profissionais visam principalmente as perspetivas de desenvolvimento de carreira ao invés de apenas benefícios", disse Chu, acrescentando que essas cidades devem manter as suas vantagens, para continuarem atrativas para os graduados.
As cidades devem oferecer mais oportunidades de emprego ou empreendedorismos semelhantes àquelas oferecidas em cidades de primeiro escalão, concluiu.
Este ano, as universidades da China devem formar um recorde de 8,2 milhões de graduados.