Brasília, 7 jun (Xinhua) -- A Polícia Federal (PF) do Brasil pediu a quebra do sigilo telefônico do presidente Michel Temer e dos ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, de Minas e Energia, para poder rastrear chamadas dos três em 2014, segundo informou a TV Globonews, do grupo Globo, nesta quarta-feira.
O pedido faz parte do caso que investiga o suposto financiamento ilegal para a campanha do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) por parte da Construtora Odebrecht.
A solicitação, apresentada ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), é a primeira que envolve o sigilo telefônico de Temer, que também está sendo investigado pela PF em outro caso.
O período a ser rastreado gira em torno da data de um jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial de Temer, no qual teria sido acertado o pagamento.
O executivo da Odebrecht, Cláudio Mello Filho, delator do caso, afirmou perante à polícia ter participado do jantar na companhia de Padilha, Temer e Marcelo Odebrecht (na época presidente do Grupo) para negociar o pagamento de R$ 10 milhões (US$ 2,6 milhões).
Segundo Mello Filho, Temer solicitou "direta e pessoalmente" a Marcelo Odebrecht o apoio financeiro para as campanhas do PMDB em 2014.
O inquérito que investiga o suposto pagamento dos R$ 10 milhões foi aberto no ano passado, mas Temer só foi incluído entre os investigados em março deste ano.
O Palácio do Planalto disse que não vai comentar o pedido da PF.
O presidente também está sendo investigado por um decreto portuário, assinado supostamente para favorecer a uma empresa, o que ele nega. Nessas investigações a PF pediu a quebra do sigilo bancário de Temer, algo que a Suprema Corte autorizou.