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Especial: Cúpula de Qingdao liderará uma OCS mais dinâmica

Fonte: Xinhua    06.06.2018 13h29

Beijing, 6 jun (Xinhua) -- Com a cúpula de junho, a primeira depois da expansão de membros para incluir Índia e Paquistão no ano passado, a Organização de Cooperação de Shanghai (OCS) está pronta para assumir um papel mais influente e substancial na promoção da segurança, paz e prosperidade da região.

O evento diplomático chave, na cidade costeira chinesa de Qingdao, ocorre num momento em que o mundo precisa de ações concertadas para enfrentar desafios e ameaças que vão desde conflitos regionais à expansão do terrorismo, do populismo ao unilateralismo, e deve avançar a globalização econômica e melhorar a governança global para o benefício de todos.

COOPERAÇÃO INSTITUCIONAL FRUTÍFERA

Estabelecida em Shanghai em 2001, a OCS se transformou em uma organização regional abrangente que ativamente assume papéis construtivos em assuntos regionais e internacionais.

A entidade cobre mais de 60% do território da Eurásia, quase metade da população mundial e mais de 20% do PIB (Produto Interno Bruto) global. A mais populosa organização regional tem oito países membros: China, Índia, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Rússia, Tadjiquistão e Uzbequistão. Conta ainda com quatro observadores e seis parceiros de diálogo.

Os estados membros têm estavelmente conduzido frutífera cooperação institucional em áreas como segurança, economia, intercâmbio de pessoas, com uma boa quantidade de documentos adotados.

O "Espírito de Shanghai" de confiança e benefício mútuos, igualdade, consulta, respeito à diversidade cultural e busca do desenvolvimento comum, firmado na Carta da OCS, tem sido consistentemente apoiado por todos os membros na busca por cooperação pragmática.

O diretor do Comitê Executivo da Estrutura Regional Anti-Terrorista da OCS (RATS, na sigla em inglês), Yevgeny Sysoyev, disse que a segurança é uma prioridade da OCS e que a cooperação anti-terrorismo entre os membros foi reforçada nos últimos anos.

Em entrevista à Xinhua, Sysoyev destacou que, entre 2013 e 2017, as instituições dos países membros da Organização frustraram mais de 600 crimes terroristas e capturaram 2.000 integrantes de grupos terroristas internacionais. Ele destacou ainda que a RATS, uma estrutura permanente baseada em Tachkent, capital do Uzbequistão, se tornou um componente efetivo do sistema de segurança regional.

Inúmeros exercícios anti-terroristas bilaterais e multilaterais foram organizados no marco da OCS. Em dezembro, o primeiro do tipo participado pelos oito membros da entidade foi realizado na cidade costeira de Xiamen, no sudeste da China, para melhorar a coordenação e trocar experiências na luta contra o terrorismo cibernético.

Depois da entrada da Índia e Paquistão, encontros entre os ministros de Defesa e ministros de Relações Exteriores, respectivamente, foram realizados na China este ano para implementar os consensos alcançados nas cúpulas anteriores e para preparar para a cúpula que se aproxima.

Progressos também foram feitos na promoção da facilitação do comércio, cooperação em proteção ambiental, justiça, tecnologia e outros campos, através de inúmeros encontros desde a 17ª Cúpula em Astana, capital do Cazaquistão, em junho do ano passado.

Ao mesmo tempo, o intercâmbio de pessoas quebrou novas barreiras ao passo que o primeiro Fórum Pessoal da OCS, realizado em abril em Xi'an, no oeste da China, propôs que governos e ONGs conduzam várias atividades de intercâmbio com o intuito de construir uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade. Funcionários de turismo dos países da Organização se reuniram pela primeira vez em maio e discutiram um plano de cooperação para o setor.

A cooperação dentro da OCS trouxe benefícios aos povos dos seus integrantes e contribuiu para a paz, estabilidade e segurança regionais. A organização vai liberar um novo potencial para a cooperação e exercer uma influência ainda maior no futuro.

A expectativa é que a Cúpula de Qingdao ratifique um plano de cinco anos para a implementação do "Tratado sobre Boa Vizinhança, Amizade e Cooperação de Longo Prazo", e um plano de três anos para a cooperação no combate ao terrorismo, extremismo e separatismo.

Com esforços conjuntos de todos os lados, a cúpula será um significante encontro, estabelecendo direções e objetivos futuros e se tornando um marco na história da OCS.

UMA COMUNIDADE DE FUTURO COMPARTILHADO

A Cúpula da OCS acontece logo depois da conferência anual do Fórum Boao para a Ásia, realizada em abril na Província de Hainan, sul da China. Em um discurso chave no encontro, o presidente chinês Xi Jinping anunciou uma série de novas medidas para expandir a reforma e abertura. O ano de 2018 marca o 40º aniversário da reforma e abertura da China, que trouxe um imenso crescimento econômico ao país.

A China sediará dois outros importantes eventos mundiais ainda este ano: a Cúpula do Fórum de Cooperação China-África em setembro em Beijing; e a primeira Exposição Internacional de Importação da China, em novembro em Shanghai.

Os eventos irão mostrar a "diplomacia de grande nação com características chinesas" e os rumos da reforma e abertura da China. O país tem defendido "uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade" e um novo tipo de relações internacionais guiadas por respeito mútuo, lealdade e justiça e cooperações de benefício mútuo. A chinesa Iniciativa do Cinturão e Rota, um "projeto do século", recebeu grande apoio mundial.

A iniciativa, ou o Cinturão Econômico da Rota da Seda e a Rota da Seda Marítima do Século 21, proposta pelo presidente Xi Jinping em 2013, se tornou uma plataforma chave para a criação de uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade.

O pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Li Jianmin, analisou que "a OCS e a Iniciativa do Cinturão e Rota oferecem suporte mútuo e oportunidades um ao outro e o conceito da Iniciativa já foi embutido na OCS e tem feito progressos positivos".

Em seu discurso na 17ª Cúpula da OCS, o presidente Xi Jinping exaltou: "firmemente comprometidos com o 'Espírito de Shanghai', os países membros da OCS estão fazendo sólidos progressos no caminho da construção de uma comunidade com futuro compartilhado, estabelecendo desta forma um bom exemplo do novo tipo de relações internacionais norteadas por cooperações de benefício mútuo".

De acordo com o secretário-geral da OCS, Rashid Alimov, uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade representa uma perspectiva global embutida na salvaguarda chinesa da justiça ao procurar por interesses compartilhados, e mostra a busca da China pelo desenvolvimento pacífico.

O chefe da Sociedade Chinesa para Estudos da Rússia, Europa Oriental e Ásia Central, Li Yongquan, apontou que "o 'Espírito de Shanghai' se sustenta em elementos incorporados na visão de uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade, no princípio de governança global de alcançar crescimento compartilhado através de discussão e colaboração e na vontade de continuar demonstrando forte vitalidade.

NOVO COMEÇO DA OCS EM QINGDAO

"Qingdao é moderna, internacional e tem ricos pontos históricos". A declaração é de Junusbekova Meruyert, uma estudante do Cazaquistão em seu quarto ano na Universidade do Petróleo da China, em Qingdao.

Meruyert disse que deseja retornar a seu país após a graduação e abrir um centro educacional para ajudar aqueles que planejam estudar na China.

"Além de comércio e cooperação econômica, eu espero mais intercâmbios culturais e educacionais entre a China e o Cazaquistão", apontou ela.

Qingdao também testemunhará o embarque da OCS em uma nova jornada guiada por mais efetiva e extensiva cooperação enquanto seus países membros continuam fiéis ao "Espírito de Shanghai".

Um grande porto e base de produção de trens de alta velocidade e eletrodomésticos, a dinâmica cidade está de olho em uma cooperação mais próxima com os países da OCS ao passo que a China se abre ainda mais para o mundo.

Em abril, o Ministério do Comércio da China decidiu apoiar Qingdao na construção da primeira área de demonstração para cooperação comercial e econômica regional China-OCS.

A área de demonstração está localizada no Parque Industrial de Economia e Comércio da Eurásia, iniciado por Qingdao e pelo Conselho de Negócios da OCS em 2015. O parque industrial atraiu 21 projetos com investimento total de 18 bilhões de yuans (US$ 2,8 bilhões).

No ano passado, o volume comercial entre Qingdao e países membros da OCS atingiu US$ 4,6 bilhões, alta de 9,8% em termos anuais. As importações da cidade desde as nações da OCS cresceram 41%, alcançando US$ 1,46 bilhão.

A Haier, líder mundial em produção de eletrodomésticos baseada em Qingdao, tem fábricas em outros países da entidade como Rússia, Índia e Paquistão.

Qingdao também oferece atrações culturais. Com sua longa história cinematográfica, foi nomeada pela UNESCO no ano passado como uma "cidade de filmes". Em junho, vai sediar também o festival de cinema da OCS. Cerca de 60 produções dos países membros da Organização serão exibidos.

Iniciando em Qingdao, a Organização de Cooperação de Shanghai irá liderar uma nova fase de cooperação e desenvolvimento, se tornará mais influente e dinâmica e exercerá um papel mais ativo na construção de uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade. 

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