Lisboa, 30 mai (Xinhua) -- Os caminhoneiros portugueses começaram a protestar contra os altos preços dos combustíveis na segunda-feira, ameaçando paralisar o país se o governo não considerar adequadamente suas demandas.
Os caminhoneiros estão furiosos porque os preços dos combustíveis em Portugal estão entre os mais altos da Europa. Mais da metade do custo é contabilizado por impostos e taxas após um aumento do governo em 2016.
Na manhã de segunda-feira, a Associação Nacional dos Transportadores Portugueses (ANTP), que representa empresas de transportes e condutores, reuniu-se com o Ministério do Planejamento e Infraestruturas, o departamento governamental responsável pelo transporte.
Os ministros prometeram criar um grupo de trabalho para considerar as propostas da ANTP. Uma dessas propostas é a criação de uma Secretaria de Estado dos Transportes para regular o setor.
A ANTP também quer que o preço do combustível seja indexado aos custos operacionais de transporte, trazendo-o assim em melhor linha com a inflação.
Os protestos até agora têm sido fortes, mas a ANTP disse à agência de notícias portuguesa Lusa que está pronta para bloquear as autoestradas "do norte para o sul do país e nas fronteiras" com a Espanha. Acrescentou que o bloqueio "tem hora precisa de início, mas nenhuma programação para o término".
As táticas incluiriam protestos vagarosos para entupir as estradas e o estacionamento de caminhões ao longo das laterais das rodovias.
A ANTP foi formada em 2008, quando um protesto semelhante fez com que postos de gasolina e o aeroporto de Lisboa ficassem sem combustível.
A Associação Nacional de Transporte Público de Mercadorias Rodoviárias (ANTRAM) juntou-se à ANTP nas negociações de segunda-feira do governo.
As propostas da ANTRAM incluíam um programa de isenção de impostos para condutores profissionais a serem implementados por mais dois anos e com um acréscimo de licenças, permitindo aos condutores pedir mais litros por ano.
A revista Sábado citou a ANTRAM dizendo que daria ao governo quatro dias para responder antes de oferecer "total solidariedade a quaisquer ações que as empresas de transporte decidam realizar".