O presidente da Apex-Brasil Roberto Jaguaribe, que ocupou também o cargo de embaixador brasileiro na China, afirmou na última sexta-feira em Beijing que acredita que o governo chinês cumprirá o compromisso de aumentar as importações do país latino-americano.
Jaguaribe veio à capital chinesa para participar de um workshop de alinhamento com os setores de promoção comercial das Embaixadas do Brasil na Ásia, que tem como objetivo discutir como melhor promover o comércio e atrair o investimento neste continente.
Ele afirmou que a decisão chinesa de aumentar as exportações consiste em uma boa oportunidade para o Brasil: “Vamos apanhar essa oportunidade e ser um participante forte”.
A primeira Exposição Internacional de Importação da China(CIIE, na sigla em inglês) terá lugar entre os dias 5 e 10 de novembro, em Shanghai. O evento é considerado uma grande medida da China para ampliar o seu mercado ao resto do mundo, se tornando um dos canais importantes para garantir no futuro importações no valor de 8 trilhões de dólares.
Segundo Jaguaribe, o Brasil está se preparando ativamente para participar da feira, planejando enviar para esta uma missão numerosa e reservar um espaço amplo.
“Esperamos exportar cada vez mais carne e cada vez menos soja. Porque a soja é importante para quê? Sobretudo para criar carne. Tanto o Brasil como a China esperam elevar o valor agregado das exportações."
De acordo com números do Banco de Dados Estatísticos de Comércio de Commodities das Nações Unidas (UN Comtrade), citados pela Apex-Brasil, o comércio de soja ocupou 42,8% do total das exportações do Brasil à China no ano passado. Em seguida, minério de ferro, com 21,9%, e petróleo bruto, 15,5%.
Além dos produtos agrícolas, Jaguaribe ainda espera que o Brasil exporte para a China aviões, maquinaria agrícola e materiais de construção, setores nos quais o Brasil tem vantagens face à competição. Mesmo nas indústrias como brinquedos, roupa e artigos de banho, onde a China se coloca tradicionalmente em vantagem, o Brasil quer também responder à demanda dos consumidores chineses, acrescentou.
Nos últimos anos, a China e o Brasil vêm melhorando o nível de cooperação na política, economia, finanças e investimento. Na última década, as empresas chinesas continuaram a aumentar o investimento no Brasil, atingindo os 54,5 bilhões de dólares, ocupando 55% do total do investimento em países sul-americanos.
Com informações de Xinhua