A China e a República Dominicana assinaram um comunicado conjunto, estabelecendo laços diplomáticos, na terça-feira em Beijing, após a nação caribenha, até à data o maior “aliado diplomático” de Taiwan, ter cortado os “laços diplomáticos” com a ilha.
A decisão do governo da República Dominicana foi elogiada pela China na terça-feira, pois tal manifesta que os líderes do país valorizam o crescimento socioeconômico de longo prazo do país e os interesses do seu povo, tendo em conta que a política de uma só China é reconhecida pela esmagadora maioria dos países.
“É uma decisão óbvia para os líderes da República Dominicana tomarem e favorece o povo do país e o seu desenvolvimento. A República Dominicana pode agora participar da iniciativa do Cinturão e Rota, o projeto de desenvolvimento global de Beijing, ao invés de aceitar os favores insignificantes oferecidos por Taiwan”, disse Liu Yuqin, ex-embaixador chinês no Equador.
Flavio Dario Espinal, conselheiro presidencial, disse aos repórteres durante uma coletiva de imprensa que o seu país está convencido de que as relações bilaterais com a China terão um impacto positivo no futuro da nação caribenha, segundo a agência de notícias Xinhua.
Os setores politico e econômico foram amplamente consultados antes do governo ter tomado a decisão, sendo que esta surge com base “nas necessidades, potencial e aspirações futuras” do povo dominicano, afirmou.
A China é a segunda maior fonte de produtos importados do país caribenho, com um volume de comércio bilateral de cerca de 2 bilhões de dólares.
A República Dominicana é o segundo maior parceiro comercial do Caribe e da região da América Central, sendo que o potencial de crescimento entre os dois países é imenso, disse a Xinhua.
Liu acredita que o estabelecimento de laços diplomáticos irá beneficiar os povos de ambos os países, e fomentar a cooperação a um nível maior e mais profundo.
Rosa Ng Báez, líder do Gabinete para o Desenvolvimento Comercial da República Dominicana na China, disse ao jornal Global Times na terça-feira que uma nova “embaixada” iria ser brevemente anunciada, em substituição do “gabinete”, e que a bandeira nacional da República Dominicana seria hasteada na icônica residencial Diaoyutai, reservada a altos dignitários estrangeiros.
A nova embaixada irá promover vigorosamente a cooperação bilateral no investimento e turismo, segundo Rosa Ng Báez, acrescentando que a República Dominicana espera que as empresas chinesas possam investir no país sob o enquadramento da iniciativa do Cinturão e Rota, e que as duas nações possam construir novas conexões aéreas, de modo a encorajar os cidadãos chineses a visitar e trabalhar no país caribenho.
Conversações adicionais terão lugar hoje (2) entre o oficial dominicano visitante, Jose Ramon Peralta, Ministro Administrativo da Presidência, e oficiais chineses para discutir a cooperação em vários assuntos, referiu Ng Báez.
No comunicado conjunto de terça-feira, o governo da República Dominicana anunciou que havia “cortado as ‘relações diplomáticas’ com Taiwan no dia de hoje”, enquanto honrou que “existe apenas uma China no mundo e o governo da República Popular da China é o único representante legal de toda a China. Taiwan é uma parte inalienável no território chinês”.
A ilha de Taiwan tem agora apenas 19 “aliados diplomáticos” em todo o mundo, sendo a maioria países em desenvolvimento no caribe e no Pacífico, de acordo com a CNN na terça-feira. A República Dominicana era o maior do grupo.
Tendo em conta o estatuto internacional cada vez mais sólido da China Continental, é evidente que Taiwan está rapidamente a perder a sua importância no cenário mundial, disse Liu.
Liu foi também rápido a esclarecer rumores de que a República Dominicana havia terminado o seu relacionamento com Taiwan devido à aprovação de Beijing para que se tornasse membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, referindo que “é uma decisão tomada de acordo com a situação como um todo, beneficiante o seu povo a longo prazo”.
Wang Qishan, vice-presidente chinês, reuniu-se na terça-feira com o Ministro das Relações Exteriores dominicano, Miguel Vargas, em Beijing.
Wang afirmou que ao reconhecer e apoiar o princípio de uma só China, o governo dominicano tomou a decisão política de cortar as “relações diplomáticas” com Taiwan e forjar um relacionamento diplomático com a China, o qual é consentâneo com a tendência dos tempo e está de acordo com os interesses fundamentais e de longo prazo dos dois países e dois povos.